Netanyahu diz a Blinken que se mantém ‘firme’ em exigências ao Hamas para trégua

Líder israelense afirmou não cessar a ofensiva militar ‘até que o grupo terrorista islâmico seja desmantelado’ e ‘não retirar suas tropas do estratégico Corredor Filadélfia’, que percorre toda a fronteira entre Gaza e Egito

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2024 11h38
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EFE/EPA/ABIR SULTAN / POOL benjamin netanyahu Embora Washington estime que um acordo possa ser alcançado já na próxima semana, Netanyahu teria dito a seus ministros que "as chances não são altas", de acordo com a rádio pública "Kan"

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu nesta segunda-feira (19) com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que permanecerá “firme” nas negociações de cessar-fogo com o grupo terrorista islâmico Hamas para não comprometer as “necessidades de segurança de Israel“. Netanyahu conversou por cerca de três horas com Blinken em Jerusalém, em uma reunião que “foi positiva e conduzida com bom espírito”, de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro. O líder israelense “reiterou o compromisso de Israel com a mais recente proposta dos Estados Unidos (para um acordo de cessar-fogo) sobre a libertação dos reféns, que leva em conta as necessidades de segurança de Israel, sobre as quais ele se mantém firme”, acrescentou a declaração, sem entrar em detalhes.

Blinken chegou a Israel no domingo (18) para uma nona visita desde o início da guerra em 7 de outubro, com o objetivo de pressionar por um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação dos 111 reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza (pelo menos 39 dos quais foram mortos), bem como um grande fluxo de ajuda humanitária para o enclave devastado. Netanyahu — a quem muitos em seu próprio país acusam de prejudicar as negociações com novas exigências e de colocar seus interesses políticos em primeiro lugar — deixou claro no domingo que Israel está “negociando, não cedendo” ao Hamas.

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O líder israelense pediu aos países mediadores — EUA, Catar e Egito — que pressionem o Hamas, e não Israel, e reiterou sua firmeza em dois pontos centrais: não cessar a ofensiva militar até que o grupo islâmico seja desmantelado e não retirar suas tropas do estratégico Corredor Filadélfia, que percorre toda a fronteira entre Gaza e Egito. A equipe de negociação de Israel se reuniu no fim de semana com mediadores em Doha, uma reunião à qual o Hamas não compareceu, exigindo que, em vez de novas negociações, fosse implementado o que já havia sido acordado nos meses anteriores com base em uma proposta do presidente dos EUA, Joe Biden.

A “nova proposta” que surgiu da reunião de Doha “responde às condições impostas por Netanyahu e é consistente com elas”, disse o Hamas no domingo, rejeitando o que foi acordado no Catar. O grupo islâmico critica o fato de que a nova proposta não inclui um cessar-fogo definitivo ou a retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza, e que concorda com a “insistência” de Netanyahu de que o Exército israelense continue a controlar a passagem de Netzarim (que liga o norte e o sul da Faixa), a passagem de fronteira na cidade de Rafah em Gaza (com o Egito) e o Corredor Filadélfia. O Hamas afirma ter aceitado as propostas do presidente Biden em 2 de julho, enquanto Israel afirma ter feito o mesmo sem acrescentar novas exigências, mas sim “esclarecimentos”.

Embora Washington estime que um acordo possa ser alcançado já na próxima semana, Netanyahu teria dito a seus ministros que “as chances não são altas”, de acordo com a rádio pública “Kan”. A guerra estourou em 7 de outubro do ano passado, após um ataque do Hamas a Israel que deixou cerca de 1.2 mil pessoas mortas e 251 sequestradas. Desde então, as forças israelenses têm atacado a Faixa de Gaza por ar, terra e mar, e já deixaram mais de 40.000 mortos, 92.000 feridos, 10.000 desaparecidos sob os escombros e 1,9 milhão de pessoas deslocadas, que sobrevivem a uma crise humanitária sem precedentes.

*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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