‘Nevasca do século’ deixa ao menos 60 mortos nos EUA e governadora de Nova York fala em ‘zona de catástrofe’
País sofre com uma intensa tempestade de inverno desde a noite de quinta-feira, 21; foram registradas temperaturas de até -50º
O ciclone-bomba que atinge os Estados Unidos desde o final de semana e ocasionou em uma nevasca que há mais de 30 anos não eram registradas no país, já deixo ao menos 60 mortos, de acordo com uma contagem da NBC News. 27 das mortes foram registradas no estado de Nova York. A região da grande Buffalo, à beira do Lago Erie, perto da fronteira com o Canadá, foi a mais atingida. Algumas pessoas foram encontradas mortas em seus automóveis e outras tiveram parada cardíaca ao tentarem limpar a neve sob temperaturas ainda muito baixas, disse o executivo do condado de Erie, Mark Poloncarz. Outras vítimas ainda devem ser encontradas. “É claramente a tempestade de neve do século”, disse a governadora de Nova York, Kathy Hochul, acrescentando que o que estão vivendo “é uma guerra contra a mãe natureza que nos atingiu com força total”. Em decorrência do atual cenário no estado, Hochul pediu à Casa Branca que declare o noroeste do estado uma zona de catástrofe. Em coletiva de imprensa realizada na cidade de Buffalo, a cidade mais atingida por nevascas e baixas temperaturas, Hochul destacou a importância dessa medida para fazer frente aos custos e gastos causados pela tempestade, que em todo os Estados Unidos deixou meia centena de mortos. “A situação não é ruim como nos últimos dois dias, mas ainda é uma situação perigosa para ficar do lado de fora. Fiquem em casa até amanhã”, alertou Hochul, que descreveu a tempestade como “única em uma geração”.
Ainda não há previsão de quando a tempestade de inverno mais rigorosa em décadas nos EUA vai acabar. Desde a noite de quarta-feira, 21, os Estados Unidos sofrem com essa tempestade de rara intensidade, cujos ventos polares provocaram nevascas, sobretudo na região dos Grandes Lagos. Durante o fim de semana, foram registradas temperaturas abaixo de zero em 48 dos 50 estados dos Estados Unidos, incluindo comunidades do Texas e ao longo da fronteira com o México, onde alguns migrantes tiveram dificuldade para encontrar abrigo. Dezenas de milhões de americanos tiveram seu Natal interrompido por cortes de energia em massa, estradas intransitáveis e milhares de voos cancelados, que provocaram caos nos aeroportos. Membros da Guarda Nacional e outros socorristas já resgataram centenas de pessoas de carros cobertos de neve e de casas sem energia elétrica. As autoridades afirmam que muitas continuam presas.
Nesta segunda-feira, mais de 2.600 voos permaneciam cancelados nos Estados Unidos, de acordo com o site Flightaware.com. A previsão é de que o tempo melhore gradativamente no decorrer da semana. O clima extremo “continuará causando condições perigosas de viagem, ao nível local, nos próximos dois dias”, alertou o NWS. “A maior parte do leste dos Estados Unidos permanecerá em condições de congelamento nesta segunda-feira, até se estabelecer uma tendência mais moderada a partir de terça-feira”, acrescentou. “É desesperador receber ligações de famílias com crianças que dizem que estão congeladas”, desabafou o xerife do condado de Erie, John Garcia, em entrevista á imprensa local. Carros e ônibus foram enterrados sob montes de neve e equipamentos de alta elevação estavam sendo usados para transportes hospitalares onde as ambulâncias não podiam dirigir. Até trinta centímetros de neve ainda estava previsto para cair até terça-feira (27 de dezembro) em algumas áreas ao sul de Buffalo e ao norte de Syracuse. Poloncarz disse que a eletricidade foi restabelecida em mais de 13 mil residências nas últimas 24 horas, mas que outras 12 mil seguiam sem luz. Algumas não poderão ser reconectadas à rede até amanhã. No sábado, os cortes de energia em todo o país afetavam quase 1,7 milhão de residências, segundo o site especializado poweroutage.us.
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