Nova York tem maior aumento diário no número de mortes por coronavírus

Já são mais de 100 mil casos confirmados no estado

  • Por Jovem Pan
  • 03/04/2020 18h58
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Kevin Hagen/EFE Governador Andrew Cuomo autorizou o confisco de respiradores de hospitais particulares

O estado de Nova York chegou a 102.863 casos confirmados de coronavírus nesta sexta-feira (3), após um aumento de 10.482 nas últimas 24 horas, totalizando 2.935 mortes, segundo o governador, Andrew Cuomo.

De ontem para hoje ocorreu o maior aumento no número de mortes no estado, 562, o que motivou o governador a ordenar o confisco de respiradores de centros privados.

“Os respiradores sendo um problema, não são suficientes, ponto final. Quase todas as pessoas que vão ao hospital vão por coronavírus, e o número de pacientes sem Covid-19 diminuiu porque não temos a mesma taxa de criminalidade e acidentes. Muitos vão diretamente para unidades de terapia intensiva (UTI) e precisam de respiradores, ou o processo para”, disse Cuomo em entrevista coletiva.

Nova York lidera números de mortes e casos

De acordo com o governador, “a curva ainda está subindo”. Com mais de 100 mil casos confirmados, identificados graças a uma alta capacidade de testes, o estado de Nova York continua a suportar o peso da pandemia nos Estados Unidos — que contabilizam 254.321 casos — muito à frente dos vizinhos Nova Jersey (25.590), Califórnia (10.995) e Michigan (10.971), e mais da metade estão localizados na densamente povoada cidade de Nova York (57.159).

Nesta sexta-feira, havia 14.810 pessoas hospitalizadas em todo o estado, 1.427 a mais do que ontem, 3.731 delas na UTI, um aumento de 335 pacientes graves em relação à véspera. Por outro lado, 8.886 pessoas já receberam alta, 1.452 em um único dia.

O governador chamou a atenção para a superlotação de hospitais e declarou que “as pessoas vão morrer a curto prazo porque chegam ao hospital e não há leitos com respiradores”.

“Não há leitos, ou não há funcionários, ou não há materiais de proteção, ou não há respirador”, detalhou.

Foi isso que o levou a assinar uma decreto para que os centros hospitalares possam “compartilhar recursos”, evitando usar a palavra “confiscar” por achar “muito pesada”.

“Estamos dividindo respiradores, usando aparelhos de anestesia. Os estoques federais não são suficientes para todos os estados. Não se pode comprar equipamento. Nós ainda estamos tentando comprar da China e estamos trabalhando com o Alibaba. Temos de redistribuir os respiradores por todo o sistema. Há hospitais que têm respiradores e materiais, empresas do setor privado, que não estão sendo usados”, afirmou Cuomo, que calcula que “várias centenas” desses dispositivos estão em desuso.

“Vamos devolvê-los ou reembolsá-los. Não posso fazer mais, mas não vou deixar pessoas morrerem tendo centenas de respiradores no estado. Peço desculpa pelas dificuldades. A Guarda Nacional vai buscá-los e distribuí-los”, anunciou o governador, que também pediu às empresas do país para que fizessem um esforço e fabricassem máscaras, roupas de hospital e materiais de proteção facial.

* Com EFE

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