Coronavírus: OMS diz que alguns países não estão compartilhando dados

O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que todos os países ‘compartilhem imediatamente todas as suas informações’. A doença não é considerada pandemia pela OMS

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2020 16h06 - Atualizado em 26/02/2020 16h29
Divulgação/WHO OMS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou nesta quarta-feira (26) que alguns países afetados pela epidemia do novo coronavírus não estão compartilhando todos os dados disponíveis com a entidade e apelou pelo compartilhando de “todas as suas informações”.

“Um dos maiores desafios que enfrentamos é o fato de que muitos países afetados ainda não estão compartilhando seus dados com a OMS. Peço a todos os países que compartilhem imediatamente todas as suas informações”, afirmou Ghebreyesus na reunião semanal com as missões diplomáticas em Genebra, na Suíca, para relatar a situação atual em relação ao vírus.

O diretor-geral, que não mencionou nenhum país especificamente, salientou que a OMS está em contato constante com diferentes ministérios da saúde para resolver a situação.

“Não podemos fornecer recomendações de saúde adequadas sem dados detalhados ou listas com dados completos sobre pacientes afetados”, acrescentou Ghebreyesus durante o discurso.

O chefe da OMS disse também que o aumento dos casos fora da China, com aumentos repentinos na Itália, na Coreia do Sul e no Irã, é “profundamente preocupante”. No entanto, apesar da pressão que diz sofrer de políticos e parte da imprensa para declarar a Covid-19 uma pandemia, ele ponderou: “Não deveríamos estar ansiosos com isso”.

“Usar o termo ‘pandemia’ não tem resultados tangíveis, e em vez disso corre o risco de aumentar o medo e a estigmatização, ou criar paralisia no sistema”, justificou.

Embora a OMS já tenha esclarecido que não haverá uma declaração oficial de pandemia por considerar ser suficiente a declaração de emergência internacional para o coronavírus, que está em vigor desde 30 de janeiro, Ghebreyesus disse que não hesitará em usar a palavra no futuro caso seja uma descrição adequada para a situação.

O SARS-CoV-2 parece ter atingido o seu estágio mais alto de transmissão na China, onde o número de casos e mortes está diminuindo progressivamente, mas isso não deve ser motivo de relaxamento, mas sim de “vigilância contínua”, como salientou o diretor-geral.

Nesse sentido, o chefe da OMS lembrou que nesta terça-feira o número de novas infecções diárias fora da China excedeu, pela primeira vez, as diagnosticadas no gigante asiático. EFE

*Com informações da EFE

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