OMS diz que alguns países não estão levando epidemia de coronavírus a sério

O diretor-geral da organização ainda apelou para o envolvimento total dos governos na luta contra o Covid-19, não apenas dos ministérios da Saúde dos países afetados

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2020 17h37 - Atualizado em 06/03/2020 08h49
Divulgação/WHO OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira (5) que alguns países não estão levando a sério a ameaça da Covid-19 e apelou ao envolvimento total de seus governos na luta contra a epidemia, em vez de deixar essa tarefa exclusivamente para suas redes de saúde.

“Estamos preocupados que alguns países não estejam levando o problema a sério o suficiente ou que tenham decidido que não podem fazer nada”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva.

Esses países, dos quais ele se recusou a dar exemplos concretos, “não estão mostrando o nível de compromisso político que a ameaça atual que enfrentamos merece”, afirmou.

“Não é hora de desistir ou inventar desculpas”, acrescentou, insistindo que não apenas os ministérios da Saúde devem colocar todos os esforços para contar o coronavírus, mas deve ser um esforço coordenado por todo poder público, unido com o setor privado.

Tedros disse que, nas últimas 24 horas, o número de casos da Covid-19 no mundo aumentou para 95.265 (mais 143 na China e 2.055 no restante dos países), enquanto o número de mortos é de 3.281.

O chefe da OMS disse que a Coreia do Sul, o segundo país mais afetado com mais de 5,2 mil casos, está mostrando “sinais positivos”, com uma redução progressiva no número de infecções diárias.

“Sabemos que as pessoas estão assustadas, mas o medo pode ser gerenciado e moderado com informações corretas”, disse Tedros, anunciando o lançamento de uma campanha de conscientização pelas redes sociais da OMS.

Na mesma entrevista coletiva, a epidemiologista da OMS, Maria Van Kerkhove, afirmou que o caso de coronavírus em um cachorro em Hong Kong, registrado pela primeira vez em animais de estimação, é até agora único e não parece indicar uma transmissão frequente da doença de humanos para animais.

Quando questionados se a China, com suas medidas drásticas de quarentena que afetaram dezenas de milhões de pessoas, deveria ser o exemplo a seguir, os representantes da OMS insistiram em que cada país está em momentos diferentes da epidemia, onde a resposta pode não ser necessariamente idêntica.

“Você precisa aprender as lições da China, mas isso não significa que o que aconteceu lá tenha que ser replicado no resto do mundo”, disse Mike Ryan, diretor-executivo da OMS para emergências em saúde.

*Com informações da EFE

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