OMS suspende testes com cloroquina e hidroxicloroquina contra a Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu todos os testes com cloroquina e hidroxicloroquina contra a Covid-19. A informação foi anunciada pelo diretor-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, nesta segunda-feira (25).
A decisão, uma medida de cautela que poderá ser revisada, foi tomada depois que a revista científica britânica The Lancet publicou na quinta-feira passada um estudo que apontava maiores taxas de mortalidade em pacientes que foram tratados com hidroxicloroquina, habitualmente usada contra a malária.
“Após ler a publicação, decidimos, em meio às dúvidas, ser cautelosos e suspender temporariamente a adesão a este medicamento”, explicou a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
Depois da interrupção dos testes, a OMS continuará a coletar dados para confirmar o estudo da revista e revisará a decisão em futuras reuniões com representantes médicos dos países que realizam testes patrocinados pela organização, sob o programa Solidarity Trial.
Mais de 400 hospitais em 35 países participam do Solidarity Trial, para o qual foram recrutados 3.500 pacientes.
Outros testes clínicos patrocinados pela OMS testam em pacientes o antiviral remdesivir (normalmente usado contra o ébola), uma combinação de lopinavir e ritonavir (geralmente utilizados para portadores de HIV) e interferon beta, habitual tratamento contra a esclerose múltipla.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro pressionou o Ministério da Saúde por uma mudança de protocolo que permite a administração de cloroquina desde o início do tratamento em pacientes com Covid-19 internados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também sai em favor da cloroquina ao dizer que toma o remédio contra a Covid-19, mesmo sem ter contraído a doença. Segundo Trump, a droga também é usada por médicos e trabalhadores da linha de frente do combate ao coronavírus.
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