ONG acusa Israel de usar fome como método de guerra

Segundo a Human Rights Watch, as forças israelenses bloqueiam deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, ao mesmo tempo que impedem intencionalmente a ajuda humanitária

  • Por Jovem Pan
  • 18/12/2023 11h06
MOHAMMED ABED / AFP guerra em israel Palestinos se preparam para vender madeira em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em dezembro

Israel tem realizado bombardeios contra a Faixa de Gaza, nas últimas 24 horas, ao menos 110 pessoas morreram em decorrência dos ataques. Essa intensificação acontece em meio a pressão da comunidade internacional e em um moemento em que a ONG Human Rights Watch (HRW) acusa os israelenses de usarem a fome como método de guerra, o que constitui em crime de guerra.  Israel reagiu e acusou o grupo de ser uma “organização antissemita e anti-israelense”. “As forças israelenses bloqueiam deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, ao mesmo tempo que impedem intencionalmente a ajuda humanitária, arrasando aparentemente zonas agrícolas e privando a população civil de objetos indispensáveis para sua sobrevivência”, afirmou a HRW. “Não ficaria surpreso se as pessoas começassem a morrer de fome ou de uma combinação de fome, doenças e imunidade frágil”, alertou Philippe Lazzarini, diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

Apesar da pressão internacional, incluindo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que é necessário “manter a pressão militar” para acabar com o Hamas. O Exército informou que 126 soldados morreram na Faixa de Gaza desde o início das operações terrestres em 27 de outubro. A Forças de Defesa anunciaram no domingo que encontraram o “maior túnel” cavado pelo Hamas entre Israel e o norte do território palestino. O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior das famílias dos reféns para negociar a libertação, em particular desde a revelação de que soldados mataram três reféns “por engano”, depois que foram confundidos com combatentes palestinos.

O Catar, principal mediador entre Israel e o Hamas, ao lado do Egito e dos Estados Unidos, afirmou que prossegue com “esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária”. Um membro do Hamas declarou que as condições “são claras: um cessar-fogo total, a retirada dos tanques das cidades, a abertura da rodovia entre norte e sul, o fim do cerco, a entrada normal de ajuda em toda Gaza, sem restrições”. O Conselho de Segurança da ONU deve votar nesta segunda-feira, 18, uma nova resolução para pedir um “cessar-fogo urgente e duradouro das hostilidades” em Gaza, 10 dias após o veto dos Estados Unidos, que nos últimos dias demonstrou preocupação com o elevado número de vítimas civis. Quase 1,9 milhão de moradores de Gaza, 85% da população, foram deslocados e enfrentam escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao cerco “total” de Israel, imposto desde 9 de outubro.

*Com informações da AFP

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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