ONG pede à Espanha um porto para desembarque de sobrevivente e dois mortos
A ONG espanhola Proativa Open Arms pediu pediu às autoridades espanholas um porto para desembarcar a sobrevivente e os corpos de uma mulher e uma criança encontrados no centro do Mediterrâneo, por considerar que Itália e Líbia não sejam países seguros.
O fundador da Proativa Open Arms, Oscar Camps, explicou à Agência Efe, desde o veleiro Astral onde se encontra, que ontem à noite a Itália destacou o porto de Catânia, na Sicília, para o desembarque da mulher sobrevivente, mas não aos corpos.
Depois das declarações do ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que o resgate de ontem era “falso”, considerou-se que nem a Itália “era um porto seguro para proteger essa mulher”, disse Camps.
“A Itália não é um porto seguro, nem para nossa ONG, nem para a pessoa que resgatamos. Somos obrigados a proteger esta senhora das pressões que possa receber”, disse Camps.
O fundador da ONG acrescentou que as declarações persistentes de Salvini que deportará para Líbia as pessoas que cheguem ao país, faz com que a Itália não seja um “país seguro”.
Ele ressaltou que “isto é um crime”, “é ilegal” e que a Itália está descumprindo as convenções assinadas, desde a Declaração dos Direitos Humanos até todas as convenções do mar.
“Por todos estes motivos, decidimos direcionar nossos navios para as costas da Espanha”, comunicou a ONG em uma nota.
Salvini chamou ontem de “mentira” a denúncia da organização humanitária, que alertou que a guarda costeira da Líbia abandonou no Mediterrâneo os corpos de uma criança e de uma mulher e outra imigrante.
A sobrevivente, que se chama Josefa e vem de Camarões, se recupera da grave hipotermia que sofria e vai melhorando, depois de passar 48 horas no mar agarrada a uma tábua de madeira.
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