ONU alerta que não pode enviar ajuda a Gaza devido à falta de combustível
Cerca de 500 caminhões de ajuda humanitária entravam na Faixa de Gaza diariamente antes da guerra entre Israel e Hamas, de acordo com dados das Nações Unidas
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) não poderá transportar a escassa ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza nesta terça-feira, 14, devido à falta de combustível no território sob cerco de Israel, que está em guerra com o grupo islâmico palestino Hamas. O diretor da UNRWA, Thomas White, afirmou em mensagem na rede social X (antigo Twitter) que seus caminhões “ficaram sem combustível”. “Não poderemos receber a ajuda que vem pela passagem de Rafah amanhã”, acrescentou. Durante entrevista coletiva mais cedo, o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) nos territórios palestinos, Andrea de Domenico, disse que até agora a entidade recebeu cerca de 980 caminhões de ajuda humanitária do Egito, mas que o número está muito aquém das necessidades no local.
Cerca de 500 caminhões de ajuda humanitária entravam na Faixa de Gaza diariamente antes da guerra entre Israel e Hamas, de acordo com dados da ONU. Ainda segundo De Domenico, a partir de amanhã as equipes da ONU no enclave não poderão descarregar os caminhões, pois não têm combustível para operar as empilhadeiras ou para transportar essas cargas até os locais onde estão as pessoas que precisam delas. Ele também lembrou que a comunicação com o território poderá ficar completamente interrompida na quinta-feira, após o anúncio do serviço de telecomunicações palestino Paltel de que será forçado a parar completamente as atividades devido à falta de combustível.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, descreveu hoje a situação como “extremamente terrível” e lamentou que “ela não esteja acontecendo a portas fechadas, mas está acontecendo à vista de todos”. “Precisamos ter acesso ao nosso combustível para levá-lo às instalações da UNRWA, às usinas de dessalinização, às clínicas de saúde. Não deveríamos ter que negociar por combustível”, declarou.
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