ONU pede criação de fundo urgente para a Turquia no valor de R$ 5 bilhões

Organização indicou que a Síria já recebe uma ajuda humanitária de R$ 25 bilhões dos Estados-membros

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2023 00h24
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Hassan AYADI / AFP Imagem aérea da destruição na Turquia Terremoto na Turquia e Síria matou mais de 40 mil pessoas

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta quinta-feira, 17, à comunidade internacional o financiamento de um fundo humanitário urgente de US$ 1 bilhão (R$ 5,22 bilhões, na cotação atual) para ajudar a Turquia após os terremotos e criticou que os problemas sejam abordados quando já é tarde demais. O fundo de emergência visa ajudar 5,2 milhões de pessoas nos próximos três meses, permitindo que várias organizações no terreno ampliem a escala do trabalho liderado pelo governo turco em termos de alimentação, proteção, educação, água e abrigo, de acordo com um comunicado. Na coletiva de imprensa diária da ONU, o porta-voz Stéphane Dujarric comentou que a iniciativa está focada na Turquia após consultas com seu governo, e justificou que o país vizinho afetado pelos terremotos, a Síria, já tem uma comunidade humanitária “estabelecida”. Apenas para este ano, o plano de ajuda à Síria, que está em guerra há anos, requer US$ 4,8 bilhões (R$ 25 bilhões) dos Estados-membros, o maior pedido humanitário da organização internacional, especificou. Perante as críticas pela lentidão da ajuda, o porta-voz admitiu que o sistema humanitário das Nações Unidas está “no limite” e criticou que muitos dos problemas que aliviam “poderiam ser resolvidos antecipadamente”, mas são deixados de lado até que a emergência chegue “à porta da ONU” e “é preciso muito mais dinheiro”. Dujarric falou, entre outras coisas, das “consequências de ignorar a mudança climática” e de não “esforçar-se o suficiente” pela paz, estabilidade e coesão social dos territórios.

“Trabalhamos o mais rápido que podemos, mas dentro de uma estrutura existente de direito internacional e da Carta da ONU, que obriga a ONU e as agências a respeitar o contexto político. Se eu estivesse do lado que recebe ajuda, sentiria que nada vem rápido suficiente”, reconheceu. Nesta quinta-feira, segundo disse, duas das três travessias entre a Turquia e a Síria estão sendo usadas para que 22 caminhões carregados com alimentos cheguem às famílias afetadas, mas ressaltou que os próprios trabalhadores foram afetados pela catástrofe. “Todo mundo se levantou, tirou a poeira e foi trabalhar, mas tudo leva tempo, de forma frustrante, e nosso combustível é o dinheiro: precisamos desse dinheiro”, reiterou. A ONU insta os Estados-membros a financiar o fundo para “um dos maiores desastres naturais de nosso tempo” e lembra que a Turquia abriga o maior número de refugiados do mundo e “tem sido generosa há anos com seus vizinhos sírios”. Mais de 9 milhões de pessoas na Turquia foram diretamente afetadas pelo terremoto, incluindo 1,74 milhão de refugiados que vivem nas 11 províncias atingidas pelos terremotos.

*Com informações da EFE

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