Operação Condor: Justiça italiana condena 24 pessoas à prisão perpétua
A Justiça italiana condenou, nesta segunda-feira (8), 24 sul-americanos à prisão perpétua pelo desaparecimento e morte de 23 opositores de origem italiana no âmbito da chamada Operação Condor. O Tribunal mudou a sentença de primeira instância de janeiro de 2017 que estabeleceu oito penas de prisão perpétua e absolveu 19 acusados pela prescrição dos crimes.
A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre os regimes militares da América do Sul – Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai – com os Estados Unidos nos anos 1970 e 1980 criada com o objetivo de sequestrar e executar opositores dessas ditaduras.
Os juízes do Tribunal de Apelação em Roma condenaram um grupo de soldados e policiais da Bolívia, Chile, Peru e Uruguai. Entre eles, está o ex-militar uruguaio Jorge Néstor Troccoli, o único que se apresentou no Tribunal já que vive em liberdade na Itália desde que escapou da Justiça do seu país em 2007 e que tinha sido absolvido em primeira instância.
A promotoria italiana havia solicitado prisão perpétua para todos os acusados. Na primeira instância foram condenados à perpétua oito pessoas, todas à revelia, sem terem se apresentado em Roma, como o ditador boliviano Luis García Meza, morto em abril de 2018, e seu ministro do Interior, Luis Arce Gómez.
Também estavam entre os condenados o ex-presidente peruano Francisco Morales Bermúdez, seu primeiro-ministro Pedro Richter Prada, morto em julho de 2017, o ex-militar peruano Germán Ruiz, os chilenos Hernán Ramírez e Rafael Ahumada Valderrama, e o ex-chanceler uruguaio Juan Carlos Blanco.
Agora, a estes condenados se somam cinco ex-militares chilenos e 11 ex-militares uruguaios, todos condenados pelos crimes de homicídio voluntário que deverão também pagar os custos do julgamento.
Este processo começou há 20 anos, com a denúncia na Itália de alguns parentes de desaparecidos em 1999, um ano depois que se ordenou a detenção do ditador chileno Augusto Pinochet após a investigação do juiz espanhol Baltasar Garzón.
* Com EFE
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