Otan diz que Ucrânia está em ‘caminho irreversível’ para a adesão e começa a enviar aviões F-16
Zelensky espera receber um convite formal para ingressar na aliança militar, mas terá que aguardar diante da oposição de vários países, incluindo os EUA
Os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), reunidos em uma cúpula em Washington, nos Estados Unidos, concordaram nesta quarta-feira (10) que a Ucrânia está em um “caminho irreversível” para a adesão à Aliança Atlântica, informaram fontes diplomáticas. “Seguiremos apoiando (a Ucrânia) em seu caminho irreversível rumo à plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à Otan”, afirmaram os 32 países em uma declaração final que ainda não foi formalmente adotada pelos líderes do tratado, disseram as fontes. A Ucrânia quer receber um convite formal para ingressar na Otan, mas terá que esperar diante da oposição de vários países, incluindo os Estados Unidos. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que se houver um novo cessar-fogo na Ucrânia, o país deverá aderir à Aliança Atlântica para evitar novas agressões da Rússia. “Se houver agora um novo cessar-fogo, um novo acordo, temos de ter 100% de certeza de que (a Rússia) para aí, independentemente de onde esteja essa linha”, disse ele durante o Fórum Público realizado paralelamente à cúpula da Otan.
“Por isso que acredito firmemente que, quando os combates cessarem, temos de garantir que a Ucrânia tem capacidades para dissuadir futuras agressões russas e garantias de segurança”, acrescentou o político norueguês. Stoltenberg observou que quando a guerra parar na Ucrânia, “temos de ter a certeza de que é realmente o fim, porque temos visto um padrão de agressão” por parte de Moscou contra seu vizinho desde a anexação da Crimeia em 2014. Stoltenberg estava convencido de que quanto mais apoio a longo prazo os aliados derem à Ucrânia, mais cedo terminará a guerra. Nesta quarta, os países-membros da Otan anunciaram que começaram a enviar caças F-16 para a Ucrânia, durante uma cúpula histórica em Washington. Os aviões, oriundos da Dinamarca e da Holanda, “estarão voando nos céus ucranianos neste verão para garantir que a Ucrânia possa continuar a se defender efetivamente contra a agressão russa”, disse o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken. A Casa Branca disse que a Bélgica e a Noruega prometeram fornecer equipamentos adicionais.
Depois de comemorar o 75º aniversário da aliança militar ocidental com grande alarde na terça-feira (9), os países membro reunirão no Conselho do Atlântico Norte para discutir as modalidades de apoio adicional à Ucrânia, alvo de bombardeios russos cada vez mais intensos. O presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou que os aliados fornecerão à Ucrânia um total de cinco sistemas de defesa aérea, incluindo quatro baterias Patriot, mísseis terra-ar que são particularmente eficazes na interceptação de mísseis balísticos russos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que está em Washington, solicita esses sistemas há meses. “É hora de sair das sombras, tomar decisões firmes, trabalhar, agir e não esperar por novembro ou qualquer outro mês”, disse o líder ucraniano em um discurso para o Instituto Ronald Reagan, em Washington.
“A Rússia não vencerá”, prometeu com veemência o presidente dos EUA, de 81 anos, em um discurso há muito aguardado na cerimônia de abertura da cúpula na terça-feira, buscando dissipar as dúvidas dos democratas sobre sua capacidade de ser reeleito nas eleições de novembro. A Rússia intensificou seus ataques com mísseis contra a Ucrânia, matando 43 pessoas e devastando o maior hospital infantil do país em Kiev nesta semana. Além disso, os mísseis russos destruíram metade da capacidade energética ucraniana.
*Com informações da AFP e EFE
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