Pacotes de explosivos reascendem medo do terrorismo nos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2018 17h13 - Atualizado em 24/10/2018 17h32
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EFE O clima no país é tenso. O temor dos dias que se seguiram aos maiores atentados terroristas dos EUA atingiu as principais figuras públicas nacionais em cheio

Os estadunidenses assistiram o prédio de uma de suas principais emissoras de televisão, a CNN, ser esvaziado na manhã desta quarta-feira (24) após o alarme de risco de atentado com bomba. O aviso veio do Serviço Secreto apontando a interceptação de dois pacotes com explosivos endereçados as casas dos ex-presidentes democratas Barack Obama e Bill Clinton, além de um pacote entregue na sede da emissora, endereçado ao ex-diretor da CIA, John Brennan, que participaria de um programa do canal.

O clima no país é tenso. O temor dos dias que se seguiram aos maiores atentados terroristas dos EUA atingiu as principais figuras públicas nacionais em cheio. Donald Trump estava em um evento sobre combate às drogas, mas optou por interromper sua participação brevemente para se dirigir à nação.

“A segurança do povo é minha prioridade. Acabei de concluir uma reunião com o FBI, com o departamento de Justiça e com o serviço secreto. Enquanto estamos falando, os pacotes estão sendo inspecionados. A investigação federal está se desenvolvendo. Toda força nacional foi mobilizada para concluir investigação e trazer Justiça aos responsáveis. Temos que estar unidos e mandar uma mensagem forte e unida: atos de violência política não têm lugar nos Estados Unidos da América”, disse. Nesse meio tempo, um novo pacote com explosivos foi entregue na sede da emissora Time Warner e o alarme foi dado ao vivo pelos âncoras do canal, Poppy Harlow e Jim Sciutt.

O terror nas declarações

Há 12 anos, um dos maiores ataques terroristas que os EUA viveram era noticiado ao vivo para todo o mundo. Agora, o medo de que algo meramente parecido com o que aconteceu em 11 de setembro trouxe à tona velhos fantasmas norte-americanos. Trump não foi o único que sentiu a necessidade de dizer algo, a ex-secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton veio a público condenar os ataques. “Eu e minha família estamos a salvo graças aos agentes do serviço secreto que interceptaram os pacotes enviados a nós antes que chegassem ao nosso lar. Estamos gratos pelos seus serviços, mas estes são tempos difíceis, não é mesmo? É um tempo de profundas divisões e nós temos que fazer tudo que pudermos para unir nosso país”, declarou.

O vice-presidente, Mike Pence, escreveu em seu Twitter: “nós condenamos as tentativas de ataque contra a imprensa, Obama, os Clintons, a CNN e outros. Essas ações covardes são descabidas e não tem lugar no nosso país”. Na mesma toada, o prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, convocou uma coletiva de imprensa para fazer um pronunciamento oficial.

“O que vimos aqui hoje foi um ato de terrorismo. Um ato tentando minar a liberdade de imprensa, líderes desse país através da violência. O povo de Nova Iorque não se intimidará, nós seguiremos com nossas vidas, porque o próprio conceito do terrorismo é nos mudar e nós não deixaremos isso acontecer”, concluiu.

Não foi a primeira vez

Apesar dos alertas de emitidos pelo Serviço Secreto dos EUA e das redações da CNN e Time Warner terem sido evacuadas após receberem os pacotes com explosivos, essa não foi a primeira experiência das autoridades norte-americanas com as “cartas bomba”. No começo da semana, um pacote bastante parecido com os encontrados hoje foi apreendido na mansão do magnata húngaro, George Soros.

Tanto o pacote enviado para a sede da CNN quanto o que foi enviado para George Soros tinham o endereço da congressista Democrata Debbie Wasserman Schultz, ex-presidente do Comitê Nacional Democrata. O escritório de Schultz, em Sunrisse, na Flórida, também foi esvaziado nesta quarta devido a um pacote suspeito, entretanto, as autoridades não confirmaram se o pacote de fato continha explosivos.

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