Países da Europa retomam uso da vacina de Oxford após agência descartar relação com trombose
Noruega, Suécia e Dinamarca manterão a suspensão enquanto analisam ocorrências em seus territórios; hospital em Oslo afirma ter encontrado relação direta entre resposta imunológica e problemas no sangue
Alemanha, Espanha, França, Holanda, Itália e Portugal estão entre os países que nos próximos dias retomarão o uso da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca–Universidade de Oxford. As decisões acontecem após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) descartar nesta quinta-feira, 18, a ligação entre o imunizante e os casos de trombose reportados no continente nas últimas semanas. No mesmo dia, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido (MHRA) emitiu a mesma opinião, reiterando que não foram encontradas evidências de que os coágulos de sangue estejam ocorrendo mais do que seria de se esperar na ausência da vacinação. A AstraZeneca, por sua vez, admitiu que existem “casos muito raros” de complicações cerebrovasculares graves que “justificam uma análise mais aprofundada”, mas que “não foi provada uma relação causal com a vacina”. A farmacêutica também garantiu que não há provas de problemas relacionados com lotes específicos ou instalações de produção particulares.
Enquanto isso, Noruega, Suécia e Dinamarca manterão a decisão de suspender o uso da “vacina de Oxford” enquanto estudam os episódios registrados em seus respectivos territórios. Nesta quinta-feira, 18, houve novas mortes por trombose em pessoas que tinham recebido o imunizante há pouco tempo na Noruega e na Suécia. Um grupo de médicos do Hospital Universitário de Oslo afirmou que a reação imunológica do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca é a causa da trombose sofrida por três profissionais da saúde internados no local no fim de semana – um deles faleceu no último domingo, 14. “Fizemos várias descobertas que podem explicar a evolução clínica dos pacientes. Essas descobertas apoiam nossa hipótese de que eles tinham uma forte resposta imunológica que levou à formação de anticorpos, que por sua podem ativar as plaquetas e causar os trombos”, disse Pal André Holme, chefe da equipe médica.
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