Palácio de Buckingham vetou contratação de minorias étnicas, revela documento
Investigação descobriu que ‘imigrantes de cor e estrangeiros’ teriam sido impedidos de trabalhar como empregados domésticos ou ocupar postos no escritório da família real até o final da década de 1960
O Palácio de Buckingham proibiu a contratação de “imigrantes de cor e estrangeiros” para altos cargos até o final da década de 1960, segundo documentos revelados nesta quarta-feira, 2, pelo jornal britânico The Guardian. Tais arquivos revelam que em 1968 o diretor de finanças da Rainha Elizabeth II permitiu que minorias étnicas trabalhassem como empregados domésticos, mas continuou sendo vetada a sua contratação para postos no escritório da família real. Questionado sobre o assunto pelo jornal, o Palácio de Buckingham se negou a revelar quando esse tipo de proibição foi derrubado.
Ele limitou-se a dizer que já constam funcionários de minorias étnicas nos registros de 1990, sendo que não haveria dados de antes dessa época. Na década de 1960, o governo britânico adotou leis para criminalizar a prática de se negar a contratar uma pessoa com base na sua origem, mas a rainha Elizabeth II permaneceu isenta de tal legislação durante “mais de quatro décadas”. De acordo com o The Guardian, essa isenção “impossibilitou” que algumas pessoas que trabalham no palácio pudessem provar a discriminação nos tribunais. Os documentos foram descobertos pelos jornalistas no Arquivo Nacional durante uma investigação do jornal sobre o uso de um procedimento conhecido como “consentimento da rainha”, que a família real poderia ter usado a seu favor para “emendar as leis” que não eram favoráveis a ela. A revelação reacende o debate sobre as acusações de racismo feitas pelo Príncipe Harry e Meghan Markle em entrevista concedida à apresentadora Oprah Winfrey nos Estados Unidos.
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