Palestinos utilizam caminhões de sorvetes para armazenar cadáveres por falta de espaço nos cemitérios
Autoridades da Cidade de Gaza preparavam valas comuns para enterrar os corpos; vítimas fatais na região passam de 2.600
A cada dia que passa, os mortos do conflito entre Israel e Hamas, que começou no dia 7 de outubro, aumentam. Já são mais de 4.000 vítimas, sendo 2.670 ena Faixa de Gaza, e 1.400 em Israel. O reflexo dessa atrocidade tem sido sentida nos cemitérios do enclave. Sem espaço para comportar todos, caminhões refrigerador para entrega de sorvetes tem sido uma alternativa neste momento para os corpos dos palestinos mortos, já que os cemitérios não têm espaço e levá-los a hospitais é muito arriscado. Desde semana passada, Israel tem realizado seu mais duro bombardeio contra a Faixa de Gaza, em resposta ao ataque do grupo militante palestino Hamas, que realizou sua mais mortal ofensiva contra o Estado judaico em décadas.
“O necrotério do hospital só comporta dez corpos, então trouxemos freezers das fábricas de sorvetes para acomodar um grande número de mártires”, afirmou o Yasser Ali, médico do hospital Shuhada Al-Aqsa, em Deir Al-Balah. Os caminhões refrigerados, que ainda carregam imagens de crianças sorrindo e tomando casquinhas de sorvete, são normalmente usados para entregar os produtos em supermercados. “Mesmo com estes congeladores, o número (de mortos) excede a capacidade deste necrotério principal do hospital, e dos alternativos, e entre 20 e 30 corpos também estão sendo mantidos em tendas”, disse Ali, ao abrir as portas dos caminhões para mostrar os corpos cobertos de lençóis brancos. Agora se tornaram necrotérios improvisados para as vítimas da guerra entre o Hamas e o Exército israelense.
Neste domingo, 15, os militares israelenses afirmaram que ainda permitirão que civis da Faixa de Gaza rumem ao sul antes de um grande ataque em retaliação às ações de oito dias atrás. Além dos mais de 2.600 mortos, existem em Gaza quase 10 mil feridos, e os hospitais da região estão com falta de suprimentos e lutando para lidar com o número crescente de feridos. O médico do hospital relata que a região está em crise e “se a guerra continuar desta forma não conseguiremos enterrar os mortos”. Também na Cidade de Gaza as autoridades preparavam valas comuns, disse o chefe do Gabinete de Comunicação Social do Governo, Salama Marouf.
*Com informações da Reuters
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