Papa diz que corrupção está por trás de incêndios florestais no mundo
Para o papa Francisco, a corrupção está na base da exploração do meio ambiente
O papa Francisco afirmou nesta terça-feira (10) que a corrupção está por trás da exploração desenfreada do meio ambiente, do desmatamento e da destruição da biodiversidade.
A declaração foi em resposta a uma pergunta de um jornalista que questionou o pontífice se os governos da região da Amazônia estão fazendo o suficiente para proteger a maior floresta tropical do mundo.
A entrevista coletiva foi concedida a bordo do avião que leva o papa de volta a Roma após a viagem por Moçambique, Madagascar e Ilhas Maurício. O desmatamento e a proteção do meio ambiente foram temas centrais da passagem de Francisco pelo sudeste da África.
“A maior exploração que ocorre hoje, não só na África mas no mundo todo, é a do meio ambiente, com o desmatamento e a destruição da biodiversidade, que é tão necessária para a humanidade”, criticou o pontífice na entrevista.
Francisco revelou que ouviu de pescadores com quem conversou há alguns dias que eles tinham retirado seis toneladas de plástico do mar e lembrou que no Vaticano o uso do material está proibido. Ele sentiu tristeza ao ver um vídeo de um navio quebra-gelo que atravessava o polo norte sem problema por um local onde antes havia uma geleira.
O papa ainda disse estar esperançoso de ver os mais jovens lutando pelo meio ambiente e destacou que o Acordo Climático de Paris foi muito positivo para humanidade.
Ao ser lembrado que a pergunta era sobre as ações dos governantes na Amazônia, o papa respondeu que “alguns estão fazendo mais, outros menos”.
“Há uma palavra que eu tenho que dizer que está na base da exploração do meio ambiente. E a palavra é feia, é a corrupção”, disse Francisco.
“Eu preciso fazer isso, mas para fazer isso eu tenho que desflorestar aquilo. Preciso das permissões do governo e vou ao responsável. E a pergunta que fazem para que o projeto seja aprovado, e aqui repito literalmente algo que me disse um empresário espanhol, é ‘quanto’?”, criticou o papa.
*Com EFE
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