Papa diz que situação em Ghouta é “desumana” e pede fim dos ataques na Síria
O papa Francisco qualificou neste domingo (25) de “desumana” a situação em Ghouta Oriental, reduto opositor nos arredores de Damasco, e fez um apelo para que a violência acabe na região.
“Nestes dias o meu pensamento está dirigido frequentemente para a amada e martirizada Síria, onde a guerra se intensificou, especialmente em Ghouta Oriental”, afirmou o pontífice aos fiéis que o escutavam após a celebração do Angelus, na Praça de São Pedro.
Francisco lembrou que “este mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflito, com centenas, milhares de vítimas civis, crianças, mulheres, idosos” e denunciou que “foram atacados hospitais, o povo não tem nada para comer”.
“Tudo isso é desumano. Não se pode combater o mal com outro mal, e a guerra é um mal. Por isso, dirijo minha dolorosa chamada para que termine imediatamente a violência, se permita o acesso de ajudas humanitárias – comida e remédios – e que os feridos e doentes possam ser evacuados”, disse.
Em seguida, o papa pediu aos fiéis que rezem para que isso aconteça “imediatamente”.
Ghouta Oriental
Ghouta Oriental foi palco, na última semana, de uma escalada de ataques por parte de forças do regime de Bashar al Assad e da aviação síria e russa, o que provocou a morte pelo menos 510 pessoas, entre elas 127 menores de idade, segundo os dados do Observatório sírio de Direitos Humanos.
Neste domingo, um dia depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução exigindo trégua de 30 dias em toda a Síria, uma série de combates entre as forças leais ao presidente sírio, Bashar al Assad, e duas facções islâmicas na região de Ghouta Oriental, na periferia de Damasco, deixou pelo menos 19 mortos.
As forças governamentais que assediam Ghouta Oriental enfrentaram o grupo Exército do Islã na cidade da Al Marsh, no sudeste da região, e o Movimento dos Livres de Sham em Harasta, no noroeste do enclave rebelde, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Em Al Marsh foram registrados pelo menos 19 mortos, embora a ONG não tenha especificado o número de baixas em cada lado e nem as vítimas na outra frente de combate.
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