Para marcar seis meses de protestos, milhares de pessoas voltam às ruas em Hong Kong neste domingo

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2019 10h53 - Atualizado em 08/12/2019 10h54
EFE Desde o início das manifestações, a polícia local prendeu mais de 4 mil pessoas e disparou mais de 10 mil cargas de gás lacrimogêneo

Milhares de manifestantes voltaram às ruas em Hong Kong, neste domingo (8), em uma passeata batizada como “Marcha do Dia dos Direitos Humanos”. A manifestação tem como objetivo comemorar os seis meses de atos pró-democracia, que tomam conta da região desde 10 de junho.

O protesto foi convocado pela Frente Civil dos Direitos Humanos, que garantiu que esta é a “última oportunidade” para a chefe do governo local, Carrie Lam, cumprir com as principais demandas populares, que incluem uma investigação independente sobre a atuação das forças de segurança nos protestos, anistia para presos e voto universal.

“O governo deve responder nossas cinco exigências para cumprir com o dever de proteger os direitos humanos internacionais e defender a dignidade humana”, diz o texto do grupo.

Hoje, a marcha foi iniciada no Victoria Park, localizado no distrito comercial de Causeway Bay e se dirigiu até Chater Road, próximo ao coração do distrito financeiro de Hong Kong. Muitos dos organizadores levavam pequenas urnas para receber doações. O dinheiro arrecadado será destinado para a assistência jurídica aos mais de 4 mil detidos nas manifestações até o momento.

Violência

Nos últimos seis meses, a polícia de Hong Kong disparou mais de 10 mil cargas de gás lacrimogêneo, o que gera apelo entre os ativistas, por causa dos males à saúde dos manifestantes. Além disso, está sendo solicitado que as autoridades revelem os ingredientes químicos da munição.

O governo local, no entanto, vem se negando a divulgar as informações, enquanto as autoridades de saúde não confirmam os possíveis prejuízos à saúde das pessoas que ficam em contato com a munição não-letal.

Neste domingo (8), embora tenha sido montado um forte esquema de segurança para acompanhar os protestos, não houve registro de confrontos. Poucos antes do início da passeata, no entanto, 11 pessoas foram presas e uma arma apreendida. Segundo a polícia, a ideia do grupo era utilizar o artefato para se defender, em caso de confronto.

Ainda antes da multidão se reunir, o governo de Hong Kong divulgou um comunicado em que expressava a esperança de que as pessoas estariam nas ruas para mostrar os pontos de vista e lutar pelos direitos e liberdade, respeitando as demais pessoas. De antemão, as autoridades locais anteciparam que qualquer ato violento e ilegal seria condenado.

*Com informações da Agência EFE

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