Parlamento iraquiano aceita renúncia do primeiro-ministro

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2019 10h58
EFE O parlamento iraquiano aceitou neste domingo (1º) a renúncia do primeiro-ministro do Iraque, Adil Abdul-Mahdi

O Parlamento do Iraque aceitou neste domingo (1º) a renúncia do primeiro-ministro, Adil Abdul-Mahdi, dois meses após o início dos protestos contra a corrupção e a falta de serviços públicos e emprego no país — manifestações que já somam 400 mortos e 16 mil feridos em distúrbios.

Os deputados aceitaram a renúncia em sessão extraordinária, que foi convocada após Abdul-Mahdi apresentar a solicitação por escrito neste sábado (30).

Na sexta-feira passada, após dois dias muito violentos no sul do país, o premiê anunciou que renunciaria ao cargo, e que isso significaria “a renúncia do governo em bloco”.

Antes, a maior autoridade xiita do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, pediu para que o Parlamento retirasse o apoio a um governo “incompetente”.

Agora, de acordo com a Constituição iraquiana, a força política com mais assentos deve propor um candidato para liderar o governo ao presidente da República, Barham Salih, que encarregará essa pessoa de formar um novo gabinete.

O primeiro-ministro deverá apresentar os indicados ao Parlamento em um período de 30 dias. Depois, os deputados decidirão se darão a confiança aos novos escolhidos.

O grupo com mais assentos no momento é a coalizão Sairun, apoiada pelo influente clérigo xiita Moqtada al-Sadr, que na sexta classificou a renúncia de Abdul-Mahdi como “o primeiro fruto da revolução, mas não o último”, e sugeriu que o novo premiê seja decidido em uma consulta popular entre cinco candidatos.

Os protestos no Iraque começaram há exatamente dois meses. Os manifestantes cobram uma mudança completa do governo, o qual consideram corrupto e responsável pela má gestão dos recursos e problemas econômicos do país, principalmente no sul, rico em petróleo, mas cuja população não se beneficia do recurso natural.

Neste domingo, milhares de manifestantes continuam concentrados nas principais praças de Bagdá e das cidades sulistas de Nasiriya e Nayaf.

*Com informações da EFE

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