Partido nacionalista vence eleições na Polônia, mas não terá maioria para formar governo

Liberais foram menos votados, mas devem compor com outros grupos e conseguir maior número de cadeiras no parlamento

  • Por da Redação
  • 15/10/2023 19h44 - Atualizado em 15/10/2023 19h46
JANEK SKARZYNSKI/AFP Principal líder da oposição da Polónia, antigo primeiro-ministro e chefe do bloco centrista da Coligação Cívica, Donald Tusk dirige-se aos apoiantes na sede do partido Donald Tusk, ex-premiê e principal líder da oposição polonesa, ficou satisfeito com o resultado das eleições

O partido nacionalista que está no poder na Polônia desde 2015 venceu as eleições parlamentares do país, porém não terá maioria para formar um governo. A oposição, que já comemorou a “vitória”, pode liderar o próximo governo e mudar a postura autoritária do país. As eleições parlamentares deste ano foram as mais importantes desde o fim do comunismo, em 1989, e têm repercussões que vão desde a guerra na Ucrânia até a União Europeia. Segundo a pesquisa de boca de urna, o partido nacionalista e seu grupo Direita Unida obtiveram 36,8% dos votos, enquanto o partido liberal Coalizão Cívica ficou em segundo lugar, com 31,6%. No entanto, os resultados finais dependerão da composição com outros partidos. A campanha eleitoral foi marcada por acusações de ambos os lados.

A Polônia tem adotado uma postura agressiva em relação à Rússia, inclusive aumentando seus gastos com defesa. Durante a campanha eleitoral, o atual primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, prometeu não enviar mais armas para a Ucrânia. O resultado das eleições também terá impacto na União Europeia, já que a Polônia tem sido alvo de críticas por suas reformas que limitam a liberdade do Judiciário. O partido nacionalista também tem políticas restritivas em relação ao aborto e aos direitos das comunidades LGBTQI+. A eleição de um partido pró-europeu pode mudar o rumo do país nesses aspectos. No entanto, a relação com a Otan não deve ser afetada, já que a Polônia é vista como um importante aliado contra as forças de Vladimir Putin. O país tem um sistema antimísseis americano e uma presença militar dos EUA.

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