Pastor com ebola morre no Congo e aumenta temor sobre surto

  • Por Jovem Pan
  • 16/07/2019 10h27
#ISurvived Ebola/Flickr Este surto - o mais letal da história da RDC e o segundo do mundo após a epidemia na África Ocidental de 2014 na qual morreram mais de 11.000 pessoas - foi declarado no último dia 1º de agosto

O pastor evangélico infectado com ebola que chegou de ônibus neste domingo a Goma morreu nesta terça-feira (16)  enquanto era transferido a um centro de tratamento em Butembo, no Congo. Ele se tornou o primeiro caso confirmado em uma grande cidade da RDC.

“Como sabem, um caso de ebola foi detectado aqui em Goma em 14 de julho”, informou em comunicado o governador da província de Kivu do Norte, Carly Nzanzu.

“Nossas equipes de resposta se ocuparam do caso diretamente, mas infelizmente posso confirmar a morte do paciente enquanto dirigia-se a Butembo onde deveria ser tratado”, detalhou.

Durante sua missão em Butembo, a vítima pregou em sete igrejas e começou a sentir os primeiros sintomas em 9 de julho, razão pela qual foi tratado por uma enfermeira na sua casa até que partiu a Goma três dias depois, segundo detalhou ontem o Ministério de Saúde congolês.

Uma vez em Goma, e após comparecer voluntariamente a um centro de saúde, foi transferido ao Centro de Tratamento do Ebola (ETC) da cidade, onde testou positivo para o vírus e as autoridades decidiram levá-lo de volta a Butembo para receber um tratamento mais adequado.

A confirmação do primeiro caso de ebola na cidade de Goma, com mais de um milhão de habitantes, um aeroporto internacional e uma movimentada fronteira com Ruanda, aumentou a preocupação de que este surto possa se estender a outras metrópoles ou países limítrofes.

“O risco de propagação continua sendo grande e a equipe (da FICV) se encontra em alerta máximo”, confirmou ontem por telefone à Agência Efe a coordenadora para o vírus do ebola da Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV), Nicole Fassina.

“Se todos os cidadãos cumprirem as medidas de saúde recomendadas pelo Ministério da Saúde, podemos assegurar que este caso de ebola detectado em Goma será isolado que não causará um novo surto”, destacou, por sua parte, o ministro da Saúde congolês, Oly Ilunga Kalenga.

Este surto – o mais letal da história da RDC e o segundo do mundo após a epidemia na África Ocidental de 2014 na qual morreram mais de 11.000 pessoas – foi declarado no último dia 1º de agosto nas províncias de Kivu do Norte e Ituri.

Até ontem, o número de mortos por esta epidemia era de 1.668 pessoas (1.574 já testaram positivo em laboratório), enquanto o de contágios já chegava a 2.501 (2.407 confirmados), de acordo com os últimos dados oficiais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou uma reunião do seu Comitê de Emergência para amanhã, quarta-feira, a fim de reavaliar a evolução da epidemia de ebola.

Esta decisão pode ser influenciada pela confirmação de que a doença chegou a Goma, uma cidade mais populosa e estratégica que as afetadas até agora, situada a apenas 20 quilômetros da fronteira com Ruanda, o que aumenta o risco de propagação da epidemia.

O comitê deve fazer uma recomendação formal ao diretor-geral da OMS, seja para manter o nível de alerta atual ou para elevá-lo com a declaração de uma emergência sanitária internacional.

*Com Agência EFE

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