Pesquisa mostra que 80% dos médicos temem por saúde no Reino Unido pós-Brexit
Quatro de cada cinco médicos no Reino Unido temem pelo futuro do Serviço Nacional de Saúde (NHS), um dos principais sistemas públicos de atendimento universal e gratuito à população, após a saída do país da União Europeia (UE).
A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (30) pela Revista Epidemiologia e Saúde Comunitária. Foram ouvidos 1.172 médicos, que avaliam que o impacto do “Brexit” será negativo para o sistema.
Entre os questionados, 79% votaram pela permanência do Reino Unido no bloco no referendo do dia 23 de junho de 2016. A opção pelo “Brexit” venceu a votação, com 51,9% dos votos.
A principal autora da pesquisa, Kate Mandeville, da London School of Hygiene and Tropical Medique, concluiu que o Reino Unido passa por um momento “politicamente turbulento” que pode ter um “profundo efeito” sobre a saúde da população.
“Os médicos são a face mais visível dos problemas de saúde. No entanto, sabe-se pouco sobre suas opiniões políticas. Eles são de esquerda e liberais, mas os pontos de vista variam significativamente de acordo com a especialidade e a renda”, disse.
“Essa pesquisa chega em uma conjuntura importante na política do Reino Unido. Os médicos se encontram entre as pessoas em melhor situação para compreender o impacto da política sobre o NHS”, completou a autora do estudo.
Sobre o “Brexit”, Mandeville disse que os médicos defendem que a saída do bloco é “um mau para a saúde da nação”.
“Nossa pesquisa também descobriu que o atual governo perdeu apoio entre os médicos entre as eleições gerais de 2015 e as de 2016. E eles estão preocupados com o uso do NHS por parte do governo”, afirmou a pesquisadora.
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