Piñera afirma que não renunciará e promete investigar abusos policiais

  • Por Jovem Pan
  • 05/11/2019 13h50 - Atualizado em 06/11/2019 07h34
EFE Sebastian Pinera O presidente do Chile, Sebastian Piñera

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, reiterou nesta terça-feira (5) que não tem intenção de renunciar ao cargo e prometeu investigar qualquer denúncia de abusos cometidos pelas forças de segurança durante os protestos sociais das últimas semanas.

Em uma entrevista à rede britânica BBC, Piñera defendeu a declaração do estado de emergência no país como uma ferramenta “democrática e constitucional, para restaurar a ordem pública e proteger os cidadãos”.

O presidente explicou que, durante as duas últimas semanas, “dois fenômenos de natureza muito diferentes” coincidiram.

“Primeiro, e isso foi totalmente inesperado, houve uma enorme onda de violência. Violência que algumas pessoas praticaram de maneira muito organizada. Essa violência não pode ser tolerada, é contra a lei”, afirmou.

Por outro lado, ele também reconheceu como “legítimo” o direito dos cidadãos de “demonstrar, protestar” e exigir mudanças. “É claro que existem muitas queixas sobre o suposto uso excessivo da força ou mesmo crimes. Se isso aconteceu, posso garantir que será investigado pela nossa promotoria e que será julgado pelo nosso sistema judicial. Não haverá impunidade”, garantiu.

Quando questionado sobre as críticas que elevaram seu desempenho nesta crise e a queda de seu nível de aprovação, abaixo de 15%, segundo a BBC, o presidente se defendeu e negou que os chilenos tenham perdido a confiança em seu governo.

“Eu tenho fé, pois é minha obrigação como presidente, e jurei cumpri-la, que é melhorar a qualidade de vida de nossos cidadãos”, afirmou.

Ele também disse que as medidas adotadas por seu governo para enfrentar as demandas dos manifestantes, entre elas as mudanças no governo, não apenas ajustes estéticos.

O presidente se defendeu lembrando que os problemas que afetam o Chile “vêm se acumulando nos últimos 30 anos”, embora ele assuma sua parcela de responsabilidade.

“O importante agora é como reagiremos como sociedade ao que as pessoas estão pedindo”, disse. Piñera também destacou as grandes mudanças que o Chile passou desde que recuperou sua democracia há três décadas.

“Conseguimos reduzir a pobreza de 65% para 8%. É uma história de sucesso, mas tudo mudou há duas semanas e espero que seja para melhor”, concluiu o presidente chileno.

*Com informações da EFE

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