‘Ainda podemos desacelerar o avanço do coronavírus’, diz OMS

Em entrevista coletiva, a organização reconheceu que a ameaça de uma pandemia se tornou ‘muito real’ após o vírus atingir mais de 100 países, mas não alterou a classificação do surto

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2020 16h20
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Martial Trezzini/EFE Tedros Adhanom é o atual diretor-geral da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que, após o número de países com casos de coronavírus ultrapassar 100, a ameaça de uma pandemia se tornou “muito real”. No entanto, a entidade não alterou a classificação do surto, porque ainda há sinais de que o vírus é controlável.

“Essa seria a primeira pandemia da história passível de ser controlada”, disse o diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa, em Genebra, na Suíça. “Ainda podemos desacelerar o avanço do coronavírus de forma significativa”, acrescentou.

Segundo Tedros, entre todos os casos da doença, 93% foram registrados em quatro países: China, Coreia do Sul, Itália e Irã. “É problemático que tantos países e tantas pessoas tenham sido atingidos de forma tão rápida”, destacou, acrescentando que Japão, China, Itália, Coreia do Sul e Estados Unidos ativaram medidas de emergência.

O médico revelou, ainda, que cerca de US$ 300 milhões foram doados à OMS para a luta contra a doença. Segundo ele, alguns países, estão demonstrando sucesso no controle da epidemia. “A China está colocando a epidemia sob controle e há um declínio no número de casos na Coreia do Sul”, exemplificou.

O diretor-geral disse que alguns países estão impondo restrições de exportações para materiais médicos e que a entidade está monitorando a situação.

Com base em dados de 80 mil casos de coronavírus na China, a OMS concluiu que cerca de 80% das pessoas diagnosticadas com a doença vão se recuperar. “Mais de 58 mil pacientes no país se recuperaram”, disse a líder técnica para coronavírus da entidade, Maria Van Kerkhove, durante a entrevista coletiva.

Segundo Maria, a taxa de mortalidade é maior entre pessoas com mais de 80 anos, chegando a cerca de 20%. A entidade informou ainda que, dos mais de 100 países afetados pelo surto, 43 têm menos de 100 casos e 79 têm menos de 100.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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