Polícia prende supostos assassinos de jornalista na Eslováquia

  • Por Jovem Pan
  • 27/09/2018 07h38
Reprodução/EuroNews O assassinato do jovem repórter investigativo desencadeou uma onda de protestos que culminou com o pedido de renúncia, em março, do então primeiro-ministro Robert Fico

A polícia da Eslováquia prendeu várias pessoas suspeitas do assassinato do jornalista  e sua namorada, ocorrido em fevereiro, informou nesta quinta-feira o primeiro-ministro do país, Peter Pellegrini.

“Recebi com satisfação a notícia que a polícia prendeu os suspeitos do assassinato de dois jovens inocentes. Ao mesmo tempo valorizo o trabalho profissional dos investigadores e da promotoria”, afirmou Pellegrini, em sua página no Facebook.

O assassinato do jovem repórter investigativo desencadeou uma onda de protestos que culminou com o pedido de renúncia, em março, do então primeiro-ministro Robert Fico.

A polícia eslovaca limitou-se a confirmar, por enquanto, a detenção no sul do país de oito suspeitos, enquanto prosseguem as buscas em várias casas.

O premier afirma em sua mensagem de hoje que “aprecia” o trabalho profissional de investigadores e promotores.

“A investigação e punição dos culpados deste assassinato é uma das prioridades do meu governo e estou contente que os órgãos policiais estejam realmente trabalhando”, disse.

“Eu confio que este ataque brutal será esclarecido e os motivos serão revelados, assim como quem está por trás, para que esta questão pare de dividir a sociedade”, acrescentou.

No último dia 17, o promotor especial anticorrupção confirmou que o assassinato de Kuciak e de sua namorada, Martina Kusnirova, havia sido encomendado devido a sua atividade jornalística.

Além disso, a promotoria reconheceu que ocorreram falhas na investigação desde o início.

A Justiça eslovaca teve a colaboração da italiana e o FBI, entre outros, para encontrar os assassinos dos dois jovens, que morreram baleados no dia 21 de fevereiro, em sua casa, em Velka Maca, perto da capital Bratislava.

O jornalista, um dos principais repórteres investigativos do país, tinha denunciado em seus trabalhos as supostas relações de altas esferas do poder com círculos mafiosos.

O duplo assassinato fez com que dezenas de milhares de pessoas saírem às ruas no pequeno país ex-comunista, membro da União Europeia (UE) desde 2007.

A pressão social atingiu tal nível que o até então todo poderoso primeiro-ministro, Robert Fico, assim como seu ministro do Interior, Robert Kalinak, renunciaram a favor de um novo governo de coalizão liderado por Pellegrini.

*Com informações da Agência EFE.

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