Polônia garante caças à Ucrânia e se torna primeiro país da Otan a enviar o equipamento
Poloneses se comprometeram em ceder quatro aeronaves militares ‘nos próximos dias’, mas adiantou que futuramente disponibilizará mais
A Polônia anunciou nesta quinta-feira, 16, que vai enviar quatro caças Mig-29 projetados pelos soviéticos para a Ucrânia, disse o presidente polonês Andrzej Duda. “Inicialmente, vamos entregar nos próximos dias (…) quatro aeronaves totalmente operacionais para a Ucrânia”, afirmou Duda, em entrevista coletiva com seu homólogo tcheco, Petr Pavel. País é o primeiro da Organização do Atlântico Norte (Otan) a garantir aviões militares para os ucranianos, um desejo de Volodymyr Zelensky desde o começo do conflito no Leste Europeu que está preste a completar 13 meses. “Outros dispositivos estão em manutenção neste momento e, provavelmente, serão entregues depois”, acrescentou o presidente polonês. Duda especificou que a Polônia tem cerca de 15 caças MiG, herdados na década de 1990 das Forças Armadas da comunista Alemanha Oriental. “Estes MiGs ainda estão em serviço na Força Aérea polonesa. São os últimos anos de exploração destes dispositivos, que continuam operacionais em sua maioria”, acrescentou. Os MiGs entregues à Ucrânia serão substituídos por aeronaves sul-coreanas FA-50 adquiridas recentemente pela Polônia e, posteriormente, por F-35s americanos.
Pela manhã, o governo polonês também havia informado que desmantelou uma rede russa de espionagem, dedicada a coletar informações sobre o envio de armas à Ucrânia através da Polônia e a planejar atos de sabotagem. “A Agência de Segurança Interna (ABW) prendeu nove pessoas suspeitas de colaborar com serviços especiais russos”, anunciou o ministro do Interior, Mariusz Kaminski. “Os suspeitos executavam atividades de espionagem contra a Polônia e prepararam atos de sabotagem para os serviços de inteligência russos”, acrescentou. De acordo com o ministro, os indivíduos são estrangeiros procedentes de países localizados “além da fronteira leste da Polônia”. Seis deles foram acusados de espionagem e participação em um grupo criminoso organizado. Os outros três estão sendo interrogados pela justiça. Kaminski disse que o objetivo do grupo era “o reconhecimento, vigilância e documentação do envio de armas para a Ucrânia”. “Os suspeitos também estavam preparando atos de sabotagem com o objetivo de paralisar as entregas de material militar, armas e ajuda à Ucrânia”, disse. O ministro do Interior afirmou que os serviços poloneses de inteligência têm provas de que os membros do grupo foram remunerados de maneira regular pagos pelos serviços secretos russos.
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