Postos de gasolina ficam sem combustíveis após ataque hacker a maior oleoduto dos EUA

A escassez suscitou críticas às políticas energéticas do governo do presidente Joe Biden; Rússia rebateu acusações negando qualquer envolvimento no crime cibernético

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2021 14h21
EFE/EPA/ERIK S. LESSER Norte-americanos fazem filas para abastecer seus carros em meio temores de que paralisação da Colonial Pipeline Norte-americanos fazem filas para abastecer seus carros em meio a temores de escassez relacionados à paralisação da Colonial Pipeline

Mais de mil postos de gasolina do sudeste dos Estados Unidos afirmam estar sem combustível nesta quarta-feira, 12. De acordo com o jornal norte-americano The Washington Post, 25% dos postos da Carolina do Norte, 15% da Virgínia, 15% da Geórgia e 13% da Carolina do Sul estão completamente secos. Os consumidores estão correndo para abastecer os seus veículos desde que o maior oleoduto do país, a Colonial Pipeline, foi alvo de um ataque hacker na sexta-feira, 7. As operações da empresa tiveram que ser interrompidas, paralisando portanto o transporte diário de 2,5 milhões de barris de óleo por dia – o equivalente a 45% do abastecimento de dieselgasolina e querosene de toda a Costa Leste. O governo norte-americano decretou estado de emergência para facilitar o transporte de combustível por meios rodoviários, mas a falta de motoristas de caminhão dificulta a distribuição dos produtos. Além disso, o pânico de compras aumentou a demanda da gasolina e empurrou os preços para a maior alta dos últimos seis anos. A Colonial Pipeline anunciou nesta terça-feira, 11, que conseguiu restaurar parte dos seus sistemas e por isso entregou quase um milhão de barris para algumas cidades da Costa Leste.

Críticas ao governo Biden

Diante da crise provocada pelo ataque hacker ao principal oleoduto do país, alguns membros do Partido Republicano estão criticando as políticas do governo do presidente Joe Biden em relação à energia. O deputado Kevin McCarthy, que lidera a minoria republicana na Câmara, escreveu em seu perfil no Twitter que a situação demonstra que os Estados Unidos precisam de mais energia fabricada no próprio país para abastecer a economia, e não menos. “Mas a administração Biden já cancelou o Oleoduto de Keystone e interrompeu a perfuração de petróleo e gás, deixando nosso suprimento de energia mais vulnerável a ataques”, defendeu. Outra deputada republicana, Nancy Mace, opinou em entrevista à emissora Fox que durante o governo de Donald Trump os Estados Unidos eram “menos dependentes de fontes estrangeiras de energia”.

Rússia nega envolvimento no ataque hacker

O FBI informou na segunda-feira, 10, que o ataque cibernético contra a Colonial Pipeline foi executado pelo grupo criminoso DarkSide, especializado em chantagem e sequestros virtuais. O grupo, que afirma não possuir qualquer motivação política ou vínculo com governos, rouba dados de suas vítimas e ameaça divulgá-las caso o resgate exigido não seja pago. No mesmo dia, Joe Biden disse que havia indícios de que o programa malicioso estava sendo usado a partir da Rússia, apesar de não existirem evidências do envolvimento do presidente Vladimir Putin. Ainda assim, o democrata defendeu que o governo russo “tem certa responsabilidade” a medida que o grupo atua em seu território. Nesta terça-feira, 11, a embaixada na Rússia nos Estados Unidos negou qualquer participação do ataque hacker. “A Rússia não pratica atividades ‘maliciosas’ no ciberespaço”, afirmou a entidade em uma página no Facebook.

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