Presidente europeu desmente próprio ministério: ‘Ninguém morreu de Covid-19 no nosso país’

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2020 12h07 - Atualizado em 13/04/2020 12h07
Reprodução Aleksandr Lukashenko é o atual presidente de Belarus

Presidente de Belarus há quase 26 anos, Aleksandr Lukashenko insistiu nesta segunda-feira (13) que “nenhuma pessoa” morreu em decorrência da Covid-19 no país europeu. Ele associou as mortes registradas pelo Ministério da Saúde local a “doenças crônicas” que parte da população já sofria, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha pedido ao governo para tomar mais medidas a nível nacional com o objetivo de conter a pandemia.

“As pessoas têm medo. Portanto, eu digo o seguinte: nenhuma pessoa morreu de coronavírus em nosso país. Nem uma única!”, disse Lukashenko, durante reunião do governo.

Lukashenko, que se pronunciou desde o início contra aquilo que chama de “psicose” provocada pela pandemia, insistiu que os doentes morreram devido a “um conjunto de doenças crônicas”.

“Foram os próprios especialistas da OMS que verificaram a situação. Trata-se de insuficiência cardíaca e respiratória. E diabetes”, enfatizou.

Segundo o Ministério da Saúde de Belarus, no entanto, 29 pessoas morreram da Covid-19 no país e outras 2.919 foram infectadas.

Além de questionar os diagnósticos dos médicos que escrevem Covid-19 em seus relatórios, Lukashenko definiu o coronavírus como “a atmosfera na qual essas doenças crônicas se desenvolvem”.

Ele foi categoricamente contra o uso de máscaras no campo e também contra a compra a preços exorbitantes de equipamentos, sejam eles roupas ou respiradores, que podem ser produzidos no país.

Combater Covid-19 com sauna e vodka?

No cargo desde 1994, Aleksandr Lukashenko é considerado um dos presidentes mais polêmicos do mundo. Recentemente, ele provocou polêmica ao recomendar que as pessoas cuidassem do coronavírus bebendo vodka, indo à sauna e trabalhando duro nos campos. O mandatário também gerou controvérsia ao se opor categoricamente a antecipação das férias escolares e ao definir como “bobagem absoluta” o fechamento de fronteiras durante a pandemia.

*Com informações da Agência EFE

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