Presidente da Bolívia diz que ‘grupos armados’ ligados a Evo Morales invadiram três quarteis

Luis Arce disse que a invasão de uma instalação militar ‘por grupos irregulares em qualquer lugar do mundo é um crime de traição’ e uma ‘afronta’ à Constituição, às Forças Armadas e ao povo boliviano

  • Por Jovem Pan
  • 01/11/2024 21h41
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EFE/ Luis Gandarillas Membros da Polícia Boliviana caminham por uma estrada bloqueada e com pneus queimados por apoiadores de ex presidente Bolivia Polícia Boliviana em estrada bloqueada e com pneus queimados por apoiadores do ex-presidente Evo Morales nesta sexta-feira (1º)

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou nesta sexta-feira (1º) que “grupos armados” ligados a Evo Morales invadiram três quarteis militares no Trópico de Cochabamba, reduto sindical e político do ex-presidente no centro do país, e classificou esse ato como “traição à pátria”. “Denunciamos ao povo boliviano e à comunidade internacional que grupos armados ligados a Evo Morales tomaram de assalto três unidades militares no Trópico de Cochabamba, mantendo soldados e suas famílias como reféns e ameaçando suas vidas”, escreveu Arce na rede social X (ex-Twitter).

Arce é filiado ao partido Movimento ao Socialismo (MAS), que tem como presidente Morales, e os dois disputam o controle da legenda. Além disso, Morales pretende ser candidato por ela à presidência da Bolívia em 2025. O atual presidente boliviano disse que a invasão de uma instalação militar “por grupos irregulares em qualquer lugar do mundo é um crime de traição” e uma “afronta” à Constituição, às Forças Armadas e “ao próprio povo boliviano, que rejeita veementemente os bloqueios criminosos de Evo Morales, assim como essas ações criminosas”.

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Arce lamentou por militares desses quarteis estarem como reféns, pois não não participavam de “nenhuma operação” e apenas protegiam suas unidades. “Eles (reféns) são de origem popular, e muitos também têm raízes indígenas, como os policiais que estão sendo alvejados com armas letais e dinamite”, afirmou. Neste dia, uma operação militar e policial está sendo realizada na região de Cochabamba para suspender os bloqueios de rodovias que apoiadores de Evo Morales mantêm há 19 dias.

Os setores que apoiam o ex-presidente realizam essa medida de pressão para que os processos judiciais contra ele por tráfico e estupro sejam retirados, para exigir uma solução para a situação econômica do país e para defender a candidatura presidencial de Morales nas eleições de 2025. Arce também denunciou que a ocupação das unidades militares inclui a apreensão dos espaços “onde estão localizadas as armas militares, o que constitui um ato criminoso absolutamente condenável que está muito distante de qualquer demanda social legítima do movimento indígena camponês nativo”.

“Essas ações estrangulam economicamente o povo boliviano (…) buscando romper a ordem pública legalmente constituída e nossa democracia, com o único objetivo de encurtar nosso mandato, impor uma candidatura inconstitucional e obter impunidade nos processos judiciais”, disse. Ele acrescentou que o “governo democraticamente eleito” continuará a agir para “restabelecer a ordem pública, salvaguardando a vida dos bolivianos, a paz social, o direito do povo ao livre trânsito, ao trabalho, ao acesso a combustível, alimentos e medicamentos”.

Horas antes, Morales disse a Arce em uma carta aberta que “ninguém teria imaginado que os últimos meses de seu governo seriam tão sombrios e lamentáveis”, e o comparou à ex-presidente interina Jeanine Áñez (2019-2020), a quem acusa de ter realizado um golpe de Estado contra ele em 2019. Morales advertiu Arce que, se as rodovias fossem desbloqueadas à força, ele seria o “responsável por ferir e dividir a Bolívia”.

*Com informações da EFE
Publicado por Carolina Ferreira

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