Presidente da Câmara dos Comuns renunciará em 31 de outubro

  • 09/09/2019 13h38
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EFE John Bercow Brexit No discurso, Bercow revelou ter prometido à esposa e aos filhos no começo da legislatura que esta seria a última

O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, anunciou nesta segunda-feira (9) que renunciará ao cargo no dia 31 de outubro, data prevista, por enquanto, para que o Reino Unido deixe a União Europeia. Em discurso em diante dos deputados, Bercow disse que, caso o Parlamento vote a favor da convocação de eleições antecipadas, deixará as suas responsabilidades quando as câmaras ficarem suspensas.

John Bercow ganhou relevância no processo do Brexit por, em diversas ocasiões, ter facilitado que as convenções parlamentares fossem desafiadas para propor leis que iam de encontro a interesses do Governo. Na semana passada, permitiu que deputados trabalhistas e conservadores apresentassem uma legislação projetada para bloquear uma saída sem acordo da União Europeia, uma lei que entrou em vigor hoje, depois de ter sido sancionada pela rainha Elizabeth II.

Bercow foi eleito deputado do Partido Conservador na Câmara dos Comuns em 1997 e deixou a legenda após ter sido designado presidente da Câmara, em 2009, para manter uma posição de neutralidade.

No discurso, Bercow revelou ter prometido à esposa e aos filhos no começo da legislatura que esta seria a última. Nos últimos dias, a imprensa britânica especulou a possibilidade que o primeiro-ministro, o conservador Boris Johnson, tentasse bloquear a reeleição de Bercow como membro do Parlamento caso houvesse antecipação das eleições.

“Se a Câmara votar nesta noite por eleições antecipadas, o meu período como presidente e deputado concluirá quando fechar o ciclo parlamentar. Se a Câmara não votar (por eleições), decidi que o menos disruptivo e mais democrático seria renunciar ao término da sessão de quinta-feira, 31 de outubro”, detalhou.

Os deputados votarão nesta noite pela segunda vez se aceitam a antecipação eleitoral proposta por Johnson, que precisa do apoio de dois terços da Câmara. A oposição já vetou uma proposta similar na semana passada, e a expectativa é de que hoje volte a recusar.

Após anunciar a renúncia, Bercow foi ovacionado, e os deputados das bancadas da oposição se colocaram de pé, mas apenas poucos conservadores fizeram o mesmo. “Este foi, deixem-me dizer de forma explícita, o maior privilégio e honra da minha vida profissional, pelo que estarei eternamente agradecido”, afirmou.

*Com informações da EFE

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