Presidente de Belarus reafirma que não renunciará: ‘Não foi para isso que me escolheram’

O líder autoritário já afirmou esta semana em entrevista à imprensa russa que ‘só ele’ poderia agora defender Belarus

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2020 11h25
EFE/EPA/ANDREI STASEVICH / BELTA / POOL Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus está no Poder há 26 anos

Mesmo sofrendo uma forte pressão popular, o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 10, que não renunciará ao cargo. De acordo com o mandatário, ele não foi eleito para abandonar o posto. “Deixe-me dizer-lhe como homem, para ser muito claro. Meus críticos costumam dizer: ele (para Lukashenko) não quer deixar o poder. Não foi para isso que as pessoas me escolheram”, disse o mandatário, ao apresentar o novo procurador-geral, Andriy Shved, de acordo com a agência oficial “BelTA”. “Não nos é dado o poder para pegá-lo, jogá-lo fora e entregá-lo”, disse Lukashenko, após um mês de intensos protestos da oposição e de cidadãos nas ruas do país exigindo sua renúncia.

O líder autoritário já afirmou esta semana em entrevista à imprensa russa que “só ele” podia agora defender Belarus. “Farei isso com ou sem vocês. Isso é com vocês, mas vocês não vão me dobrar. Se quiserem ficar ao meu lado e salvar o país, façam, se não quiserem, não traiam”, afirmou o presidente aos promotores presentes na apresentação de Shved. Lukashenko admitiu que “mais cedo ou mais tarde outros tomarão o poder, mas terá de ser pela lei e não por pressão nas ruas”, insistiu o presidente, no cargo há 26 anos.

O presidente de Belarus, que venceu as eleições presidenciais do mês passado com 80,1% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Central, resultado considerado fraudulento pela oposição e por grande parte da comunidade internacional, sugeriu também a necessidade de uma maior dureza da Procuradoria perante os protestos nas ruas. As forças de segurança do regime de Lukashenko reprimiram duramente as manifestações pacíficas nas últimas semanas, com milhares de detenções, muitas vezes com uso de violência, e em meio a denúncias de maus-tratos e até tortura. Além disso, a maioria dos líderes da oposição está exilada ou detida.

*Com informações da Agência EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.