Tribunal de Haia acusa presidente do Kosovo de crimes de guerra

Os crimes teriam sido cometidos entre 1998 e 2000 pelo Exército de Libertação do Kosovo

  • Por Jovem Pan
  • 24/06/2020 15h58
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EFE/EPA/VALDRIN XHEMAJ Hashim Thaçi, presidente de Kosovo, é acusado por crimes de guerra

A promotoria do Tribunal Especial para o Kosovo, em Haia, apresentou nesta quarta-feira (24) acusação contra o presidente Hashim Thaçi por crimes de guerra e contra a humanidade por suposta tortura, perseguição, desaparecimentos forçados entre os anos de 1998 e 2000, além das mortes de 100 pessoas.

Um juiz dos tribunais Especializados do Kosovo deve rever a acusação relativa ao passado de Thaçi como líder militar e decidir se mantém as acusações, afirmou o Tribunal em um comunicado.

O Ministério Público apresentou as mesmas acusações contra o líder do Partido Democrático do Kosovo, Kadri Veseli, e outros líderes não identificados do país.

O processo sumário “é o resultado de uma longa investigação e reflete a determinação do Ministério Público de que pode provar todas as acusações para além de qualquer dúvida razoável”, disse o gabinete liderado pelo procurador-geral, Jack Smith.

As vítimas, segundo a acusação, são centenas e incluem albaneses do Kosovo, sérvios, ciganos e membros de outros grupos étnicos e opositores políticos. Os crimes teriam sido cometidos entre 1998 e 2000 pelo Exército de Libertação do Kosovo.

“O promotor julgou necessário emitir este comunicado público devido a esforços repetidos de Hashim Thaçi e Kadri Veseli em obstruir e prejudicar o trabalho dos Tribunais de Justiça Especializados do Kosovo”, afirmou o comunicado.

Segundo o Ministério Público, os acusados “realizaram uma campanha secreta para revogar a lei que criou o tribunal” com o objetivo de “garantir que não enfrentariam a Justiça”.

Thaçi e Veseli “colocaram seus interesses pessoais à frente das vítimas de seus crimes, do Estado de Direito e de todo o povo do Kosovo”.

Os Tribunais de Justiça Especializados do Kosovo seguem a lei do Kosovo, mas são constituídos por juízes internacionais e estão sediadas em Haia, na Holanda, devido à alta sensibilidade da questão em Pristina, além de oferecer maior proteção às testemunhas que deponham nos casos.

*Com EFE

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