Primeiro-ministro da Itália ameaça renunciar e pede lealdade ao governo
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, advertiu nesta segunda-feira (3) que apresentará sua renúncia se as duas forças que governam o país, o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga, não se comportarem de forma leal.
“As forças políticas que governam a Itália têm que ser conscientes das suas responsabilidades. Se não acontecer uma clara assunção de responsabilidade e os compromissos não forem coerentes, porei meu cargo nas mãos do presidente da República”, afirmou Conte em entrevista coletiva na sede do governo em Roma.
Conte deu um ultimato aos dois partidos que formam o governo depois que a tensão entre ambos se intensificou, e disse que é fundamental que mostrem “colaboração leal”.
Além disso, o premiê dirigiu uma mensagem direta ao ministro do Interior, Matteo Salvini, embora sem citá-lo, ao dizer que colaboração leal significa, por exemplo, que, “se o ministro da Economia [Giovanni Tria] e o primeiro-ministro estão dialogando com as instituições europeias para evitar um procedimento de infração”, os ministros italianos “não podem intervir, com provocações e gerando polêmica”.
Nos últimos dias, Salvini aqueceu os ânimos afirmando que Bruxelas [seda da União Europeia] não podia enviar “cartinhas” à Itália advertindo sobre sua elevada dívida pública, que supera 132% do Produto Interno Bruto (PIB), e dizendo que, se fosse necessário, o país poderia superar o teto de 3% do déficit em relação ao PIB, em declarações que dispararam o prêmio de risco para 300 pontos.
Segundo Conte, colaboração leal “significa que todos os ministros se concentrem em suas matérias sem se intrometer nas áreas que não são da sua competência”.
O primeiro-ministro também ressaltou que “as polêmicas e as discussões inúteis distraem dos verdadeiros objetivos” e encorajou os dois partidos a “trabalhar com seriedade”.
Nesse sentido, lembrou que nos últimos meses foram realizadas na Itália várias eleições locais e também as europeias, algo que fez com que a Liga e o M5S tenham vivido em “campanha eleitoral constante”.
“As eleições europeias foram muito ásperas e muito duras, tanto que se projetou uma imagem que o governo estava em ponto morto. Isto não corresponde com a realidade, o governo esteve trabalhando continuamente”, assegurou.
*Com EFE
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