Putin e Trump discutem mundo pós-pandemia e querem evitar corrida armamentista com a China
‘Trump reiterou sua esperança de evitar uma dispendiosa corrida armamentista de três vias entre a China, a Rússia e os Estados Unidos’, disse comunicado da Casa Branca
Os presidentes de Estados Unidos, Donald Trump, e Rússia, Vladimir Putin, conversaram por telefone nesta quinta-feira (23) sobre a pandemia do novo coronavírus e outras questões que julgam ser de interesse global, como a necessidade de evitar uma corrida armamentista com a China. Segundo comunicado da Casa Branca, o chefe de governo dos EUA discutiu a reabertura econômica após o fechamento forçado pela disseminação do vírus SARS-CoV-2, que infectou quase 4 milhões de pessoas em território americano até agora e ameaça manter a economia líder mundial em um estado de incerteza mais longo do que o esperado inicialmente. Os EUA não conseguiram conter a propagação da Covid-19 da mesma forma que a China ou a maioria dos países europeus, que apesar de terem tido piores índices de contágio, reduziram o número de infecções e mortes com medidas de confinamento e distanciamento social.
Além disso, os dois líderes discutiram o que a Casa Branca definiu como “questões críticas bilaterais e globais”. “O presidente Trump reiterou sua esperança de evitar uma dispendiosa corrida armamentista de três vias entre a China, a Rússia e os Estados Unidos”, acrescenta a nota. O presidente americano reiterou sua esperança de que as conversações de Viena entre Washington e Moscou sobre controle de armas cheguem a conclusões favoráveis. As reuniões de Viena, que começaram no mês passado entre o enviado especial dos EUA para o controle de armas, Marshall Billinglea, e o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, procuram renovar o Tratado do Novo Começo, que expira em 2021. O documento, assinado em 2010, é o único que resta entre os dois países para chegar a um acordo sobre o controle de armas.
O comunicado não menciona que Trump discutiu com sua contraparte provas de que Moscou prometeu pagar recompensas aos combatentes talibãs que atacaram as forças da coalizão no Afeganistão, algo que poderia estar por trás da morte dos soldados americanos. O Partido Democrata americano criticou Trump por ignorar as advertências, desde que ele se tornou presidente, em 2017, de que a Rússia queria influenciar as eleições nos EUA para desestabilizar e polarizar o país. Na contramão dos alertas, o chefe de governo tentou algumas aberturas com Putin.
*Com EFE
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