‘Putin esticou a corda, resta ver como os aliados do Ocidente vão reagir’, diz especialista

Para Leandro Consentino, cientista político do Insper, ato que reconhece a independência de duas regiões da Ucrânia é uma ‘tentativa de fazer com que países sejam hostis’ com o governo russo

  • Por Sarah Américo
  • 21/02/2022 20h08 - Atualizado em 22/02/2022 18h07
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EFE/EPA/ALEXEI NIKOLSKY/KREMLIN POOL/SPUTNIK Vladimir Putin de terno e gravata, com bandeira ao fundo Comentarista Rodrigo Constantino avalia que Putin avança sobre a Ucrânia pois sabe que não enfrentará resistência dos Estados Unidos e da Otan

O anúncio de independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia, alarmou ainda mais a possibilidade de uma invasão russa ao território ucraniano. Diante da declaração desta segunda-feira, 21, os aliados do Ocidente começaram a se articular para reagir ao movimento de Vladimir Putin, que, em pronunciamento televisivo, disse que o país do leste europeu é uma ficção e que nunca teve uma tradição consistente. O mandatário ainda alegou que os moradores daquela região são todos russos que estão sendo ameaçados pela Europa e pelos Estados Unidos.

A iniciativa da Rússia de conceder independência para um território que não tem domínio, é uma grave violação dos direitos internacionais e do acordo de Minsk, firmado em 2014 entre militares ucranianos e rebeldes pró-russos das regiões orientais de Donetsk e Lugansk. Leandro Consentino, cientista político do Insper e professor especialista em Relações Internacionais, explica que a ação de Vladimir Putin é uma clara tentativa de fazer com que a Ucrânia e países aliados sejam hostis ou, de alguma forma, tentem conter o presidente russo.

Consentino destaca que não é possível reconhecer a independência de um território que não é seu sem que haja uma declaração de independência formal desses territórios. Para o analista do Insper, Putin “esticou a corda”. “Agora temos que ver como os aliados do Ocidente vão reagir, sobretudo a Ucrânia”, afirmou à Jovem Pan. O cientista político diz, porém, que ouvir os ucranianos é “algo mais complicado”, porque trata-se de um Estado soberano recente que esteve, por anos, sob influência de Moscou e que agora sofre igual influência dos europeus e dos Estados Unidos.

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