Rapper catalão é preso por músicas e tuítes contra a monarquia espanhola; milhares vão às ruas e pedem liberdade

O comunista Pablo Hasél publicou mensagens contra a polícia ‘nazi-fascista’, o governo espanhol e a família real: ‘Querem me encarcerar por explicar a realidade’

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2021 18h04 - Atualizado em 17/02/2021 12h45
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Pau de La Calle/EFE O rapper catalão Pablo Hasél é levado por policiais após ser preso em uma universidade em Lérida

O rapper Pablo Hasél foi preso nesta terça-feira, 16, em Lérida, cidade da região da Catalunha, na Espanha, por tuítes e músicas contra a coroa espanhola e as forças de segurança do país. Na sexta-feira, o governo do país havia pedido que Hasél se entregasse para cumprir pena de nove meses em regime fechado, mas, com a ajuda de apoiadores, ele se refugiou em uma universidade. O músico catalão é comunista, separatista e notório crítico da monarquia. Nos tuítes pelos quais foi denunciado, o cantor, entre outras coisas, acusou a polícia “nazi-fascista” de assassinato e tortura, criticou a aliança da Espanha com a Arábia Saudita e comparou o atual governo com a ditadura de Francisco Franco (1936-1975). “Tuítes que vão me encarcerar, literalmente, por explicar a realidade. Amanhã poderá ser você”, advertiu Pablo.

Ao ser detido, o rapper levantou o braço direito com o punho fechado (sinal da luta de resistência) e gritou: “Eles nunca vão nos parar, eles não vão nos dobrar. Morte ao Estado fascista”. Este não foi o primeiro problema de Hasél com as autoridades. Em 2014, a Justiça espanhola o condenou por “glorificar” o terrorismo e pedir a morte da família real em suas letras. Como a pena não ultrapassava dois anos e o músico não tinha antecedentes criminais, ele continuou livre. Parte da esquerda espanhola considera a prisão do rapper um atentado contra a liberdade de expressão. Milhares de pessoas foram às ruas da Catalunha  — sobretudo em Barcelona  — para pedir a liberdade do ativista. Os manifestantes mais exaltados queimaram bandeiras da Espanha. Entre os apoiadores dele estão o diretor de cinema Pedro Almodóvar e o ator Javier Bardem.

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