Refugiados bloqueiam ferrovias em Atenas e exigem chegar à fronteira

  • Por Jovem Pan
  • 05/04/2019 17h58
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EFE/Nikos Arvanitidis EFE/Nikos Arvanitidis Refugiados queriam chegar ao norte do país, onde a situação de refugiados foge ao controle

Um grupo de refugiados bloqueou, nesta sexta-feira, 5, as vias da principal estação de trem de Atenas, na Grécia em protesto a uma ação policial que impediu que eles viajassem à Salônica, no norte do país, onde a situação de refugiados foge ao controle.

A ocupação começou na quinta-feira, 4, à noite, após cerca de 100 refugiados terem comprado passagens para Salônica, onde eles pretendiam se unir a uma caravana que cruzaria ilegalmente a fronteira com a Macedônia do Norte. A intenção é viajar rumo ao interior da Europa.

“É um plano no qual pessoas que querem deixar a Grécia estavam pensando há algum tempo e que se materializou há dois dias. A maioria dos refugiados aqui têm muitos problemas, como eu, por exemplo, que vivi sete meses em Moria, o pior acampamento que existe no mundo”, contou a jornalistas um jovem afegão que não quis se identificar.

O protesto fez com que viagens por todo o país fossem canceladas. Diversas pessoas, entre elas crianças, se sentaram sobre os trilhos, enquanto outras decidiram caminhar rumo ao norte.

A polícia de Salônica disse que, desde a tarde de ontem, 700 pessoas procedentes de diferentes partes do país acamparam fora do campo de refugiados de Diavatá, em um subúrbio de Salônica, em resposta a uma convocação feita pelas redes sociais para viajar e cruzar juntos a fronteira. A situação em Diavatá tem confrontos entre refugiados e agentes.

Segundo um porta-voz do Ministério de Migração, a convocação, assim como os rumores de abertura da fronteira, partiram de contas falsas nas redes sociais, que pediam que os refugiados se unissem à “Glitter of Hope Caravan” (Caravana do Brilho da Esperança).

Miltiadis Klapas, secretário de Política Migratória do Syriza, o partido que comanda o governo da Grécia, disse que o rumor sobre a caravana circulava há dois meses e não teve o sucesso esperado.

“Vamos tentar buscar uma solução e convencê-los de que não poderão atravessar a fronteira. O dinheiro das passagens será devolvido. Sabemos que eles buscam esperança, mas é uma situação que não depende só da Grécia. É um problema europeu”, disse à imprensa.

*Com EFE

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