Rei autoriza mulheres a obterem licença para dirigir na Arábia Saudita

  • Por Agência EFE
  • 26/09/2017 17h45
Reprodução/Youtube Esta medida se enquadra nas reformas promovidas pelo rei desde sua chegada ao trono, em 2015, que proporcionaram pequenas melhorias para a vida das mulheres sauditas, que mesmo assim continuam propensas a um sistema de tutela masculina

O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdelaziz, autorizou nesta terça-feira que mulheres possam dirigir veículos no ultraconservador país muçulmano e que sejam expedidas carteiras de motorista para elas.

A agência oficial de notícias saudita, “SPA”, informou que a ordem real entrará em vigor em junho do ano que vem, mas não deu mais detalhes a respeito.

Além disso, o monarca criou um comitê formado pelos Ministérios de Interior, Fazenda, Trabalho e Desenvolvimento Social para que apresentem suas recomendações sobre o tema em um prazo de 30 dias.

Segundo a “SPA”, o comitê estudará como aplicar a medida do rei e homologar a lei de trânsito para que inclua as mulheres “com igualdade” em relação aos homens.

A agência explicou que a decisão foi tomada após a maioria dos membros da Autoridade dos Ulemás do reino não se opor ao fato de mulheres dirigirem, dentro das “garantias da ‘sharia’ (lei islâmica) para evitar problemas” que pudessem surgir.

A ordem se baseia nas “consequências negativas de não permitir à mulher conduzir um veículo e as previsíveis vantagens” de fazê-lo, de acordo com a “SPA”.

Até agora, as mulheres não podiam dirigir na Arábia Saudita e precisavam contar com um motorista particular ou um familiar homem que as ajudasse em seus deslocamentos.

Ativistas dos direitos das mulheres fizeram campanhas durante anos para acabar com a proibição, e dezenas de sauditas foram presas por se atreverem a dirigir como forma de protesto.

Esta medida se enquadra nas reformas promovidas pelo rei desde sua chegada ao trono, em 2015, que proporcionaram pequenas melhorias para a vida das mulheres sauditas, que mesmo assim continuam propensas a um sistema de tutela masculina.

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