Reino Unido confirma mais intoxicações por substância que envenenou ex-espião

  • Por Agência EFE
  • 04/07/2018 21h49
EFE/ Neil Hall Segundo os meios de comunicação britânicos, os intoxicados são Charlie Rowley e Dawn Sturgess, de 45 e 44 anos, respectivamente

A polícia do Reino Unido confirmou nesta quarta-feira (4) que um homem e uma mulher, ambos de nacionalidade britânica e internados em estado grave desde o último sábado, quando foram encontrados inconscientes em uma casa na cidade de Wiltshire, foram intoxicados pelo agente químico Novichok, o mesmo usado no envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal.

Wiltshire fica no sudoeste da Inglaterra e a 13 quilômetros de Salisbury, onde Skripal e sua filha Yulia foram envenenados no dia 4 de março.

O delegado adjunto da Polícia Metropolitana, Neil Basu, informou hoje à imprensa que não foi possível confirmar até o momento se o agente nervoso provém do mesmo lote com o qual o ex-espião russo foi atacado.

A substância tóxica foi analisada no laboratório de pesquisa de armas químicas do governo britânico em Porton Down, em Wiltshire, acrescentou Basu.

O delegado disse ainda que “não há nada que sugira” que o homem e a mulher tenham sido atacados, embora tenham sido achados inconscientes em Wiltshire com sintomas parecidos aos de Skripal e sua filha, e estejam sendo tratados agora no mesmo hospital que ambos estiveram internados.

Segundo os meios de comunicação britânicos, os intoxicados são Charlie Rowley e Dawn Sturgess, de 45 e 44 anos, respectivamente.

Basu confirmou que “ninguém mais” apresentou os mesmos sintomas na cidade e lembrou que a área do incidente foi isolada pela polícia e pela Unidade de Terrorismo do Reino Unido, responsáveis pela investigação.

O agente reforçou que não parece que tenha havido “um crime proposital”, embora tenha ressaltado que a investigação permanece aberta a todas as hipóteses.

O comitê de emergência Cobra, formado pelos principais ministros e por representantes das forças de segurança do Reino Unido, se reuniu hoje para abordar o caso.

Um porta-voz do governo da primeira-ministra, Theresa May, afirmou hoje que o incidente está qualificado como “grave” e é abordado “com a máxima seriedade”.

O ex-espião, de 67 anos, e sua filha Yulia, de 33, foram envenenados com o agente nervoso Novichok em um ataque que, segundo o governo britânico, foi orquestrado pela Rússia.

Como represália dezenas de diplomatas russos foram expulsos do Reino Unido, enquanto que Moscou negou qualquer vinculação com o incidente e fez o mesmo com diplomatas britânicos.

Os Skripal permaneceram durante semanas no hospital Salisbury District – antes de receberem alta, ela em 10 de abril e ele em 18 de maio -, o mesmo no qual o homem e a mulher estão internados agora em estado crítico.

Em um primeiro momento, quando se avisou do incidente, as autoridades suspeitaram que os dois tinham consumido algum tipo de droga ilegal.

No entanto, mais tarde, a polícia de Wiltshire declarou que se tratava de “um incidente grave” ao suspeitar que as duas pessoas poderiam ter sido expostas a uma “substância desconhecida”.

Vários locais da cidade e nos arredores foram cercados como medida de precaução e os moradores foram alertados de que a presença policial aumentará na região.

Por fim, o agente indicou que as autoridades de saúde pública da Inglaterra não acreditam que haja “um grande risco sanitário” para a população, embora tenha reconhecido que isto pode ser revisado.

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