Reino Unido manda recado para Zelensky diante de ‘ingratidão’: ‘Não somos Amazon’ de armas

Ministro de Defesa, Ben Wallace, negou que a falta de um plano para a Ucrânia ingressar na Otan prejudicaria a moral no campo de batalha; G7 prometeu fornecer apoio militar de longo prazo

  • Por Jovem Pan
  • 12/07/2023 17h20
EFE/EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT zelenksy e rishi sunak Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak (E), durante uma reunião bilateral à margem da Cúpula da OTAN em Vilnius, Lituânia

O ministro de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, advertiu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, diante da ‘ingratidão’ pela entrega de armar: “Não somos Amazon”, disse ele se referindo ao seu país e aos Estados Unidos. “Aqui vai um pequeno aviso: goste ou não, as pessoas querem ver gratidão. Meu conselho aos ucranianos: você tem que persuadir os países a abrir mão de seus próprios arsenais. E sim, a guerra é uma causa nobre e sim, nós a vemos como uma guerra não apenas por vocês, mas também por nossas liberdades”, declarou Wallace, recomendando ao presidente ucraniano que ele se mostrasse agradecido para convencer os políticos, principalmente dos Estados Unidos, que “hesitam” em aumentar o envio de equipamentos. “Às vezes você tem que persuadir os legisladores no Capitólio, nos Estados Unidos”, disse Wallace. Alguns aliados que fornecem ajuda defensiva a Kiev “querem ver gratidão”, destacou o ministro à imprensa britânica durante a cúpula da Otan na capital lituana.

De acordo com a emissora ‘Sky News’, Wallace negou que a falta de um plano para a Ucrânia ingressar na Otan prejudicaria a moral no campo de batalha, ressaltando que Kiev está pedindo mais antes mesmo de receber o último lote de doações. Nesse sentido, destacou que os americanos avisaram Zelensky de que “não são a Amazon” e que ele também disse o mesmo ao presidente ucraniano em junho do ano passado. “Disse aos ucranianos no ano passado, quando conduzi 11 horas até Kiev para que me dessem uma lista (com pedidos), que não sou a Amazon”, comentou o ministro, segundo a emissora britânica. Nesta quarta-feira, 12, na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que está sendo realizada na Lituânia, s países do G7 – Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá – prometeram nesta quarta-feira, 12, fornecer apoio militar de longo prazo à Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs um modelo para a Ucrânia similar ao que seu país mantém com Israel, que inclui o compromisso de US$ 3,8 bilhões (mais de R$ 18 bilhões) em ajuda militar durante uma década.

Diante do anúncio, Zelensky deixou claro que o envio de apoio militar não substituí a adesão à Otan. As promessas do G7 não devem ser vistas como uma substituição da Otan, “mas como garantias de segurança no nosso caminho à integração”, disse Zelensky em coletiva de imprensa, junto com o secretário-geral da aliança transatlântica, Jens Stoltenberg. “A melhor garantia para a Ucrânia é fazer parte da Otan”, insistiu o presidente ucraniano. Na terça-feira, 11, no primeiro dia da cúpula em Vilnius, a Otan prometeu que convidará a Ucrânia a entrar para a aliança quando todos os aliados estiverem de acordo e “as condições forem cumpridas”, sem oferecer um cronograma detalhado para concretizar o objetivo.

 

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