República Dominicana construirá muro de mais de 300 km na fronteira com o Haiti
O presidente Luis Abinader considera o país vizinho o principal problema a ser enfrentado pelo seu governo; construção tem como objetivo frear o comércio ilícito, o tráfico de drogas e a imigração ilegal
O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, anunciou neste sábado, 27, que construirá um muro de 376 quilômetros de extensão na fronteira com o Haiti. O chefe de governo não especificou qual será o orçamento da obra, que terá início no segundo semestre de 2021 e deve ficar pronta em até 24 meses. Com o objetivo de frear o comércio ilícito, o tráfico de drogas e a imigração ilegal, a barreira possuirá cercas duplas, sensores de movimento, câmeras de reconhecimento facial e sistemas infravermelhos nas zonas consideradas mais críticas. Em outubro de 2020, Abinader defendeu que a falta de estabilidade e a pobreza do Haiti eram um dos principais problemas enfrentados pela República Dominicana. Na ocasião, ele chegou a mencionar que proteger a fronteira era muito custoso porque exigia o emprego de 7 mil soldados e que ele pretendia buscar soluções mais tecnológicas para o problema. Segundo estimativas do governo, cerca de 500 mil imigrantes haitianos residem no país, sendo que grande parte dessa comunidade, que representa cerca de 5% da população total, não possui autorização de residência.
A República Dominicana e o Haiti dividem a ilha de Hispaniola, mas possuem realidades completamente distintas. Enquanto o primeiro país possui uma das economias de crescimento mais rápido da região, o segundo é considerado a nação mais pobre do hemisfério. O anúncio da construção do muro acontece em um momento de turbulência no Haiti: na quinta-feira, 25, uma fuga em massa de uma prisão levou a uma caçada que deixou pelo menos 20 mortos. Além disso, a população tem se mobilizado em manifestações contra o governo. Ainda assim, a República Dominicana demonstrou comprometimento em ajudar o seu vizinho e emitiu documentos de identidade para os haitianos até então indocumentados e apresentou planos de construir maternidades no Haiti.
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