Rússia analisa lei que permitirá se desconectar da internet em caso de ataque
A Câmara de Deputados da Rússia vai analisar nesta terça-feira (12) um projeto de lei para garantir a estabilidade do funcionamento do segmento russo de internet e sua desconexão da rede mundial em caso de situações de crise ou ataques cibernéticos contra o país.
A iniciativa, que conta com o apoio do governo do presidente Vladimir Putin, gerou desconfiança nos operadores de internet, já que a instalação dos equipamentos necessários para a análise de tráfego requer grandes investimentos, o que para grandes companhias podem significar dezenas de milhões de dólares.
Segundo os autores do projeto, se ele for aprovado existe a possibilidade de “minimizar o fluxo ao exterior de dados trocados entre os usuários russos”. Além disso, em caso de ameaça, os operadores seriam obrigados a garantir a “gestão centralizada do tráfego”, ou seja, seu controle pelo Estado.
A iniciativa prevê a criação de uma infraestrutura que garanta o funcionamento do segmento russo de internet caso os operadores russos não possam se conectar com a servidora raiz estrangeira. Contudo, segundo o senador Andrei Klishas, um dos autores de projeto de lei, por enquanto não é possível precisar uma lista das ameaças que poderia levar à Rússia a se desligar da rede mundial de internet.
“A relação destas ameaças pode ser conformada mediante um teste que será feito pelos órgãos do Estado, operadores de comunicações e pelos proprietários das redes tecnológicas”, disse Klishas em entrevista à agência oficial russa RIA Novosti.
O presidente da União de Empresários e Industriais da Rússia (UEIR), Aleksandr Shoshin, advertiu que se as medidas forem colocadas em prática, poderia levar ao colapso das redes de comunicações do país. Além disso, a UEIR destacou que a estabilidade do funcionamento de internet no país em caso de desconexão com a rede mundial já está garantida, pois a Rússia conta com onze servidores raiz, que são suficientes para cumprir com essa tarefa.
*Com informações da Agência EFE
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