Rússia ataca cidades estratégicas no leste e sudeste da Ucrânia enquanto o Ocidente prepara novas sanções

Principais alvos foram Kharkiv e Mariupol, que já vinham sendo intensamente bombardeadas desde o início do conflito, em 24 de fevereiro

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2022 07h49 - Atualizado em 06/04/2022 07h58
EFE/EPA/Andrzej Lange Prédio escolar destruído durante um bombardeio em Kharkiv Prédio escolar destruído durante um bombardeio em Kharkiv

Após se reagrupar no leste da Ucrânia, depois de deixar os arredores da capital Kiev, as tropas da Rússia realizaram novos ataques nas cidades estratégicas de Mariupol (sudeste) e Kharkiv (extremo leste) nesta quarta-feira, 6. Também no leste, a cidade de Dnipro foi alvo de bombardeios, com a destruição de um depósito de combustível. Dnipro é cortada por um rio que separa o leste ucraniano do restante do país. Enquanto os ataques ocorrem, o ocidente planeja aplicar novas sanções econômicas contra o russos, motivados pelas denúncias de genocídio e massacre na cidade de Bucha.

A cidade portuária sitiada de Mariupol já está sob bombardeio quase constante da artilharia russa desde os primeiros dias da invasão, que começou em 24 de fevereiro, deixando milhares de civis sem comida, água, energia. “A situação humanitária na cidade está piorando. A maioria dos 160 mil residentes restantes não tem luz, comunicação, remédios, aquecimento ou água. As forças russas impediram o acesso humanitário, provavelmente pressionando os defensores a se renderem”, disse a inteligência militar britânica nesta quarta. Mariupol é estratégica por ser próxima das Lugansk e Donetsk, além de dar acesso ao Mar de Azov.

Kharkiv, uma das cidades mais próximas da fronteira com a Rússia, também é atacada intensamente desde os primeiros dias da guerra, principalmente porque poderia se tornar, segundo o Kremlin uma base estratégica do ocidente contra ele, caso fique sob controle de Kiev. Os russos afirmam que um dos seus objetivos no conflito é desmilitarizar a Ucrânia, para garantir a segurança do seu território. A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que as autoridades tentarão evacuar civis presos por 11 corredores humanitários nesta quarta, embora as pessoas que tentarem deixar a cidade sitiada de Mariupol tenham que usar seus próprios veículos. Autoridades da região leste de Luhansk pediram que os moradores saiam “enquanto é seguro”, já que a Ucrânia espera ser alvo de novas ofensivas nos próximos dias.

Enquanto os novos ataques ocorrem e diante das acusações de genocídio e crime de guerra em Bucha, os governos ocidentais se prepararam para aplicar novas sanções econômicas contra a Rússia também nesta quarta, além de enviar mais armas para a Ucrânia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky afirmou que civis foram torturados, baleados na nuca, derrubados em poços, explodidos com granadas em seus apartamentos e esmagados até a morte por tanques. Em discurso no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na terça-feira, 5, ele disse que os responsáveis ​​devem ser imediatamente acusados ​​de crimes de guerra diante de um tribunal como o estabelecido em Nuremberg após a Segunda Guerra Mundial. “Não há segurança! Então, onde está a paz que as Nações Unidas foram criadas para garantir?”

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