Rússia reagrupa tanques e deve atacar Kiev em poucos dias

Imagens divulgadas pela empresa privada de satélites norte-americana Maxar revelam a movimentação das máquinas e outros equipamentos de guerra na capital ucraniana; liderança política do país está na cidade

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2022 06h41 - Atualizado em 11/03/2022 11h12
STRINGER / AFP - 25/02/2022 Tanques de guerra russos avançam sobre a Ucrânia Tanques de guerra russos avançam sobre a Ucrânia

Imagens divulgadas pela empresa privada de satélites norte-americana Maxar revelam que tanques russos que estavam próximos a Kiev, capital da Ucrânia, estão se reagrupando a noroeste da cidade. O Reino Unido afirmou nesta sexta-feira, 11, que Moscou está planejando um ataque dentro de poucos dias. Essa é a principal força de combate da Rússia e estava parada em uma rodovia ao norte da capital ucraniana desde os primeiros dias da invasão do país, tendo falhado no que os países ocidentais acreditam ser um plano inicial para um ataque relâmpago à capital. Segundo a empresa, outros equipamentos de guerra também foram reposicionamentos perto do pequeno assentamento de Lubyanka, ao norte, com obuses de artilharia colocados em posições de tiro. “A Rússia provavelmente está procurando redefinir e reposicionar suas forças para uma atividade ofensiva renovada nos próximos dias”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido em uma atualização de inteligência. “Isso provavelmente incluirá operações contra a capital Kiev”.

A Ucrânia confirmou que as forças russas se reagruparam depois de sofrer grandes perdas. No Twitter, o conselheiro do chefe do Gabinete da Presidência, Mykhailo Podolak, afirmou que “As grandes cidades da Ucrânia estão novamente sob golpes devastadores. As explosões foram ouvidas pela primeira vez em Lutsk – duas casas de caldeiras na cidade foram fechadas. Ivano-Frankivsk – três explosões poderosas. O Dnieper também foi atacado. A guerra destrutiva da Rússia contra civis e grandes cidades ucranianas continua”. Em seguida, ele publicou outra mensagem sobre a situação específica de Kiev, afirmando que os principais líderes da nação estão na cidade. “A cidade está sitiada. Uma cidade pronta para lutar. A defesa é bem pensada. Os homens nos postos de controle estão carregados, focados e são profissionais. A liderança política inteira do país está no seu local de trabalho, na capital da Ucrânia”, disse Podolak.

Mesmo assim, pelo sétimo dia consecutivo, a Rússia anunciou planos de cessar-fogo para permitir que os civis deixem o porto de Mariupol, no sudeste da Ucrânia. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse esperar conseguir evacuar os civis nesta sexta: “Esperamos que funcione hoje”. Todas as tentativas anteriores de chegar a Mariupol falharam com ambos os lados acusando-se mutuamente de não garantir o cessar-fogo. Fala-se em 400 mil pessoas reféns, sob bombardeio implacável, sem comida, água ou remédios. Para os Estados Unidos, o ataque russo a civis em Mariupol constitui um crime de guerra. Moscou nega que esteja atacando civis no que chama de “operação especial” para desarmar e “desnazificar” a Ucrânia, e que diz estar indo de acordo com o planejado.

Embora o avanço da Rússia sobre Kiev tenha sido paralisado e, até agora, as tropas de Vladimir Putin não tenham conseguido capturar nenhuma cidade no norte ou leste da Ucrânia, elas fizeram progressos substanciais no sul da Ucrânia. Moscou afirmou nesta sexta que seus aliados separatistas no sudeste capturaram a cidade de Volnovakha, ao norte de Mariupol. Na última quinta-feira, 10, o encontro diplomático de mais alto nível entre Rússia e Ucrânia, que contou com os ministros das Relações Exteriores das duas nações, terminou sem um acordo de cessar-fogo ao conflito iniciado em 24 de fevereiro.

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