Secretariado da OEA apoia decisão do Mercosul de suspender a Venezuela
O secretariado geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou hoje apoio à decisão de suspender a Venezuela do Mercosul, de acordo com a “cláusula democrática do Protocolo de Ushuaia”.
“Democracia e direitos humanos são princípios inalienáveis nas Américas, e a sua defesa e fomento são valores fundamentais para a comunidade de Estados que fazem parte da OEA”, diz o secretariado em um comunicado.
A declaração ainda afirma que a decisão adotada ontem pelos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai “é uma afirmação exemplar em defesa dos princípios que unem nossos países e transmite uma mensagem de esperança e apoio aos venezuelanos que lutam por direitos e liberdade”.
O secretariado ainda reiterou seu pedido para o fim da repressão no país, o estabelecimento imediato de uma calendário eleitoral que inclua eleições presidenciais em 2017, a abertura de um canal para assistência humanitária, a restauração de plenos poderes da Assembleia Nacional, a libertação de prisioneiros políticos, a anulação de todas as atividades da “fraudulenta assembleia nacional constituinte, e o respeito inequívoco pelas instituições democráticas do Estado”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu a permanência do país no Mercosul e criticou a posição de diversos líderes na América Latina, que estariam lutando contra governos populares. A crítica foi feita principalmente para os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Brasil, Michel Temer.
“Ninguém vai nos tirar Mercosul e adotar medidas ilegais como as que estão sendo tomadas”, disse ele à Radio Rebeld, emissora argentina. A entrevista, entretanto, foi gravada antes do bloco anunciar sua decisão de expulsar o país.
O presidente Michel Temer divulgou, em sua conta no Twitter, um vídeo sobre a suspensão da Venezuela pelo Mercosul e disse que o país será recebido “de braços abertos” pelo bloco quando estiver de volta à democracia. “Nossa mensagem é inequívoca, não há mais espaço para alternativas não democráticas na América do Sul”, afirmou. (Matheus Maderal – matheus.maderal@estadao.com)
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