Secretário de Comércio dos EUA tem fatia de empresa ligada ao genro de Putin

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/11/2017 09h14
EFE Os detalhes devem gerar novos questionamentos sobre os laços entre Rússia e o governo Trump

Documentos vazados mostram que o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, tem uma participação em uma companhia que faz negócios com uma produtora de gás parcialmente controlada pelo genro do presidente russo, Vladimir Putin. De acordo com os registros obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), Ross é um investidor na Navigator Holdings, uma gigante do setor de transportes marítimos que tem a produtora russa de gás e petroquímicos Sibur entre seus principais clientes. Genro de Putin, Kirill Shamalov já deteve mais de 20% na empresa, mas agora possui uma fatia bem menor.

Porta-voz do Departamento do Comércio, James Rockas disse que Ross “nunca se reuniu” com Shamalov e em geral apoiou as sanções do governo do presidente Donald Trump contra a Rússia. Rockas acrescentou que Ross se retirou de assuntos relacionados a transporte transoceânico de mercadorias e que ele cumpre “os padrões éticos mais altos”.

Os detalhes devem gerar novos questionamentos sobre os laços entre Rússia e o governo Trump. A revelação vem a público após o consórcio jornalístico revelar 13,4 milhões de registros sobre entidades offshore em paraísos fiscais, vazadas ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O jornal por sua vez compartilhou o material com uma rede de mais de 380 jornalistas em 67 países.

Não está ainda claro exatamente qual a parcela da Navigator que Ross possui. A empresa é negociada na Bolsa de Nova York. O ICIJ reportou que o secretário do Comércio e outros investidores de quatro entidades nas Ilhas Cayman possuem 31,5% da Navigator, o que equivalia a US$ 176 milhões no preço da ação do fechamento da sexta-feira. A fatia de Ross, porém, deve ser uma pequena parcela disso.

Em seus formulários financeiros entregues ao governo neste ano, Ross avaliou seus ativos em entidades das Ilhas Cayman, que incluem participações em outras companhias, em não mais de US$ 10,1 milhões.

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