Separatistas pró-Rússia de Donetsk criam novo Estado para substituir Ucrânia

  • Por Agência Brasil
  • 18/07/2017 09h21
  • BlueSky
Rebel leader Alexander Zakharchenko stands during a swearing in ceremony in Donetsk on Tuesday, Nov. 4, 2014. The leader of rebels in eastern Ukraine was officially sworn in Tuesday after an election that was roundly condemned by the West as illegal and destabilizing. (AP Photo/Mstyslav Chernov) EFE Zakharchenko anunciou na cidade de Donetsk, reduto dos separatistas pró-Rússia, que o novo Estado se chamará Malorossiya (Pequena Rússia) e haverá um período de transição de três anos para sua criação

O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, proclamou nesta terça-feira (18)  a criação de um novo Estado que incluiria as regiões separatistas do leste da Ucrânia e o restante do país.

Segundo a Agência de Notícias de Donetsk e numerosos meios de comunicação russos, Zakharchenko anunciou na cidade de Donetsk, reduto dos separatistas pró-Rússia, que o novo Estado se chamará Malorossiya (Pequena Rússia) e haverá um período de transição de três anos para sua criação.

De acordo com o anúncio surpreendente – que Zakharchenko fez com seu habitual uniforme militar, conforme mostram as imagens de um vídeo divulgado por meios russos – o novo Estado não abrangerá só as áreas rebeldes de Donetsk e Lugansk, mas “outras 19 regiões” de toda Ucrânia, incluída a de Kiev.

“Nós, representantes das regiões da antiga Ucrânia, exceto a Crimeia, proclamamos a criação do novo Estado que será o sucessor da Ucrânia”, anunciou Zakharchenko.

“Todos os delegados presentes votaram por unanimidade em favor da declaração política sobre a criação de Malorossiya com capital em Donetsk”, informou a imprensa ligada aos separatistas pró-Rússia.

Constituição

As autoridades de Donetsk criarão uma comissão para preparar a Constituição do novo Estado de Malorossiya, segundo o assessor de Zakharchenko, Alexander Kazakov. De acordo com o líder da região separatista, essa Constituição será aprovada em um referendo popular após um amplo debate.

Um dos pontos da declaração enfatiza que “a Ucrânia é um Estado falido que demonstrou sua incapacidade para proporcionar a seus habitantes um presente e um futuro próspero e em paz”.

Moscou ainda não reagiu ao surpreendente anúncio dos separatistas, que, em 2014, após a anexação da península da Crimeia pela Rússia, iniciaram uma guerra contra o governo central em Kiev no leste do país que já deixou cerca de 10 mil mortos.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, respondeu à iniciativa garantindo que Kiev restabelecerá a soberania sobre as regiões de Donetsk e Lugansk, bem como sobre a Crimeia.

“O projeto de Novorossiya foi enterrado”, disse Porosehenko, citado por seu porta-voz, Sviatoslav Tsegolko, em referência à antiga proclamação dessa república chamada Nova Rússia nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.