Sob vaias, Lula lê discurso no Parlamento português e volta a condenar a Rússia

No aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura no país europeu, presidente recebeu apoio de esquerdistas, mas parlamentares de direita exibiram cartazes contra a corrupção e com a bandeira da Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2023 08h31 - Atualizado em 25/04/2023 11h36
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Rodrigo Antunes/Reuters Membros do Chega levantam cartazes contra Lula Membros do partido português de direita Chega levantam cartazes contra Lula

Em um discurso lido no parlamento de Portugal nesta terça-feira, 25, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar a ação da Rússia de invadir o território ucraniano. O mandatário brasileiro, que diversas vezes fez falas acusando a Ucrânia de também ser culpada pela guerra ou de não buscar a paz, vem ajustando o discurso com apoio do Ministério das Relações Exteriores. No entanto, ainda assim vem sendo alvo de críticas internacionais, como de parlamentares portugueses na ocasião, que exibiram cartazes com a bandeira ucraniana. “Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da História. Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política. O Brasil compreende a apreensão causada pelo retorno da guerra à Europa. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais”, disse Lula.

O presidente do Brasil foi aplaudido de pé por alguns parlamentares portugueses durante seu discurso, mas também recebeu o protesto de outros, que seguraram cartazes com frases como “lugar de ladrão é na prisão” e “chega de corrupção”. Lula discursou ainda contra autoritarismos, em referência à política no Brasil nos anos passados, e voltou a defender que o pobre seja colocado no orçamento: “A democracia no Brasil viveu recentemente momentos de ameaça. Saudosos do autoritarismo tentaram atrasar o relógio em 50 anos e reverter as liberdades que conquistamos. Os portugueses assistiram a tudo, preocupados com a possibilidade de que o Brasil desse as costas ao mundo. Tenho viajado o mundo para reencontrar nossos parceiros e reafirmar que o Brasil que todos sempre conhecemos voltou à cena internacional. Um país que não aceita que o seu povo passe fome e que tem consciência de sua responsabilidade na segurança alimentar mundial”.

Deputados do partido de extrema-direita portuguesa Chega mostram cartazes contra o presidente Lula quando ele sai da sessão de boas-vindas no Parlamento Português, em Lisboa, nesta terça, durante a comemoração do 49º aniversário da Revolução dos Cravos

Deputados do partido Chega mostram cartazes contra o presidente Lula quando ele sai da sessão de boas-vindas no Parlamento português, em Lisboa (PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)

No aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura de Portugal, Lula participou nesta terça de uma sessão solene de boas-vindas, por ocasião de sua visita ao país, onde recebeu homenagem dos parlamentares. Ainda nesta terça-feira, 25, Lula deve ir para Madri, na Espanha, onde se reunirá com centrais sindicais e vai participar de um novo fórum econômico bilateral, assim como fez em Portugal.

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