Governo do Sri Lanka diz que atentados foram retaliação a massacre na Nova Zelândia
O vice-ministro da Defesa do Sri Lanka, Ruwan Wijewardene, afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo acredita que os atentados que deixaram 321 mortos 521 feridos no Domingo de Páscoa foram uma reação aos ataques a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia.
“Recebemos informações de que o ataque foi uma represália ao sucedido em Christchurch na Nova Zelândia. Estamos averiguando”, revelou Wijewardene.
Os ataques em Christchurch ocorreram em 15 de março. Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos, invadiu duas mesquitas da cidade e atirou indiscriminadamente contra os presentes, causando 50 mortes e deixando dezenas de feridos. Ele deixou um manifesto, que foi publicado em suas redes sociais, em que diz ser um “nacionalista branco, contra a diversidade racial”.
O número de mortos na série de atentados no Domingo de Páscoa no Sri Lanka já chega a 321, enquanto os feridos são 521, dos quais 375 continuam internados em hospitais, detalhou Wijewardene durante a sessão no parlamento.
“Houve falhas de segurança e haverá investigações”, afirmou o vice-ministro, um reconhecimento que foi compartilhado por outros integrantes do governo cingalês, sobretudo desde que veio à tona a informação de que as forças de segurança tinham sido alertadas no início do mês para possíveis ataques a igrejas e destinos turísticos no país.
A maioria dos ataques foi cometida por suicidas, que o governo do Sri Lanka relacionou com o pouco conhecido grupo terrorista local de ideologia islamita National Thowheeth Jamath (NTJ).
O vice-ministro da Defesa confirmou hoje oficialmente no parlamento que o NTJ está por trás do atentado e revelou que a organização islamita “tem vínculos próximos com o JMI” (Jammiyathul Millathu Ibrahim), outro grupo local.
Pouco depois das declarações do vice-ministro, o grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados, o que poderia fortalecer a teoria governamental de que os terroristas locais receberam apoio do exterior.
“Os executores do ataque que teve como alvo os cidadãos dos países da coalizão e cristãos antes de ontem são combatentes do Estado Islâmico”, expressou em comunicado uma fonte de segurança à agência “Amaq”, que é vinculada ao EI.
Até o momento, 40 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento com os atentados.
Além disso, o porta-voz policial solicitou à população em comunicado que “mantenha-se em alerta máximo”, já que há indícios de que ainda pode haver “um caminhão e uma caminhonete lotados com explosivos” em alguma parte do país, sem fornecer mais detalhes.
*Com EFE
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